ATA DA SEXAGÉSIMA
QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
TERCEIRA LEGISLATURA, EM 30-8-2004.
Aos trinta dias do mês de agosto de dois mil e
quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Cassiá Carpes, Elias Vidal, Guilherme Barbosa,
Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete
Moraes, Maristela Maffei, Raul Carrion e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Gerson Almeida, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal,
Professor Garcia, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir
Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias das Atas da Qüinquagésima Sétima Sessão Ordinária, Ata Declaratória
da Qüinquagésima Oitava Sessão Ordinária, Qüinquagésima Nona Sessão Ordinária e
da Trigésima Primeira, Trigésima Segunda e Trigésima Terceira Sessões Solenes,
que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes,
os Pedidos de Providências nos 1659 e 1660/04 (Processos nos
4333 e 4334/04, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos
de Providências nos 1652, 1653, 1654 e 1655/04 (Processos nos
4323, 4324, 4325 e 4326/04, respectivamente); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o
Pedido de Providências nº 1651/0 (Processo nº 4314/04). Também, foram
apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre:
de nº 371/04 (Processo nº 4338/04), solicitando autorização para ausentar-se do
País, das dezoito horas do dia onze às vinte e quatro horas do dia dezesseis de
setembro do corrente, quando participará da segunda Sessão do Fórum Urbano
Mundial, em Barcelona, Espanha; de nº 372/04, encaminhando o Projeto de Lei do
Executivo nº 044/04 (Processo nº 4336/04). Na ocasião, foram apregoados os
seguintes Memorandos, firmados pela Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da
Câmara Municipal de Porto Alegre: de nº 360/04, por meio do qual Sua Excelência
informa que o Vereador Beto Moesch estará representando externamente este
Legislativo no “XIV Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem” e “I encontro
Internacional de Irrigação, Drenagem e Controle de Enchentes”, do dia vinte e
quatro ao dia vinte e nove de outubro do corrente, na sede da Federação das
Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS, em Porto Alegre, e de nº
363/04, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Elói Guimarães
estará representando externamente este Legislativo na Sessão Solene do Tribunal
de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, alusiva à Semana da Pátria, no dia
primeiro de setembro do corrente, no Centro de Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 31906,
32568, 34266, 36184, 37333 e 37443/04, da Senhora Márcia Aparecida do Amaral,
respondendo pela Diretoria Executiva do Fundo Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à
Senhora Silvana Braseiro Conti, representando a Liga Brasileira de Lésbicas do
Rio Grande do Sul, que discorreu sobre o Dia da Visibilidade Lésbica,
comemorado no dia vinte e nove de agosto, ressaltando a importância do combate
à discriminação sofrida principalmente por mulheres homossexuais e da
reivindicação de direitos civis a homossexuais, como o direito à herança. Na
ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Cláudio Sebenelo,
Cassiá Carpes, Isaac Ainhorn, Helena Bonumá e Haroldo de Souza manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em continuidade, a Senhora
Presidenta registrou a presença do Senhor Flávio Cassal, Presidente do Conselho
Pró-Segurança – CONSEPRO, do Bairro Lomba do Pinheiro, e da Senhora Rosa Maria,
Patroa do Centro de Tradições Gaúchas Pousada da Figueira. Na oportunidade, por
solicitação dos Vereadores Reginaldo Pujol e Luiz Braz, foi realizado um minuto
de silêncio, respectivamente, em homenagem póstuma ao Senhor Sérgio Ximenes
Porto, ex-funcionário deste Legislativo, e à Senhora Geneci dos Santos Guerra,
falecida no dia vinte e oito de agosto do corrente. Após, constatada a
existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador
João Carlos Nedel, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente
Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje
destinado a homenagear o transcurso do Dia do Soldado, comemorado no dia vinte
e cinco de agosto, nos termos do Requerimento nº 132/04 (Processo nº 4062/04),
de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a Mesa: a Vereadora
Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o General
João Noil Wollmann, representando o Comando Militar do Sul; o Coronel Paulo
Roberto Osório, Chefe da Casa Militar, representando o Senhor Governador do
Estado do Rio Grande do Sul; o Arcebispo Dom Dadeus Grings, representando a
Arquidiocese de Porto Alegre; o Capitão-Tenente Vanderlei Souza dos Santos,
representando o 5º Distrito Naval; o Major-Intendente Sílvio Sokal Lima,
representando o 5º Comando Aéreo Regional – COMAR; o Deputado Estadual Jair
Soares; o Desembargador Vladimir Passos de Freitas, Presidente do Tribunal
Regional da 4ª Região; o Tenente-Coronel Nelsohoner Sebajes, representando o
Comando Geral da Brigada Militar; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário
deste Legislativo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel, como
proponente da presente homenagem, salientou a importância da valorização de
princípios como hierarquia e disciplina, para o bom funcionamento das Forças
Armadas no País, mencionando o artigo 142 da Constituição Federal, que trata do
assunto. Ainda, citou atividades sociais desenvolvidas pelo Exército
Brasileiro, que beneficiam comunidades carentes de diversos locais do
território nacional. O Vereador Cassiá Carpes destacou a importância do
Exército Brasileiro para a manutenção das instituições democráticas no Brasil,
apesar de o País ter enfrentado, segundo Sua Excelência, dificuldades nessa
área durante o período em que foi governado por militares. Em relação ao
assunto, exaltou o cunho social das atividades desempenhadas pelo Exército
Brasileiro, comentando a relevância do ensinamento de princípios aos jovens que
integram as Forças Armadas. O Vereador Cláudio Sebenelo prestou homenagem a
todos os soldados do Exército Brasileiro, salientando que essa categoria está
sempre lutando para melhorar a situação do País, especialmente em campanhas que
disponibilizam auxílio social. Também, discorreu sobre a participação do
Exército na história do País, alegando ser essa instituição motivo de orgulho
para o povo brasileiro e lembrando com emoção a época em que serviu à Pátria
como soldado. O Vereador Isaac Ainhorn realçou a formação política e militar do
Vereador Pedro Américo Leal, debatendo a boa relação entre este Legislativo e
as Forças Armadas. Também, saudou a significância da presente solenidade, de
autoria do Vereador João Carlos Nedel, ao Dia do Soldado, e se comprometeu a
dar continuidade a essas homenagens cívicas, haja vista a retirada, da vida
pública, do Vereador Pedro Américo Leal. O Vereador Elias Vidal chamou a
atenção para a oportunidade de se refletir, em função da solenidade hoje
realizada neste Legislativo, acerca do que representam para o Brasil as figuras
do Soldado e do Exército Brasileiro. Ainda, examinando criticamente a situação
atual do País em relação à segurança pública, citou passagens bíblicas
relativas a combates, traçando um comparativo entre as missões religiosas e as
militares, em prol do bem comum. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações
acerca da presença das Forças Armadas nos momentos mais importantes da história
brasileira, lembrando a importância da figura de Luís Alves de Lima e Silva, o
Duque de Caxias, para o desenvolvimento econômico e social de Porto Alegre
durante o século retrasado. Ainda, declarou que o Soldado é o núcleo formador
da instituição militar, parabenizando o Vereador João Carlos Nedel pela
proposta da presente solenidade. O Vereador Haroldo de Souza, mencionando ser
uma de suas frustrações não ter seguido a carreira militar, homenageou a todos
os integrantes das Forças Armadas, afirmando serem os soldados a base da defesa
nacional e um exemplo concreto de dedicação e heroísmo no trabalho em benefício
do povo brasileiro. Finalizando, defendeu medidas que garantam melhor remuneração
aos militares e prestou homenagem especial ao Vereador Pedro Américo Leal,
Coronel reformado do Exército. O Vereador Gerson Almeida analisou o papel
exercido pelo Exército no processo de construção de um País soberano e
democrático, citando atividades hoje desenvolvidas pelas Forças Armadas
Brasileiras na área de preservação ambiental e construção de infra-estrutura
básica no território nacional. Também, informou que amanhã deverá ser
anunciado, pelo Ministério da Defesa, o programa “Soldado Solidário”, que
objetiva oferecer ao jovem carente melhores condições de capacitação
profissional. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia ressaltou
ser o Exército brasileiro uma instituição voltada à formação e qualificação dos
jovens, salientando que essa corporação é organizada a partir da obediência aos
princípios basilares da hierarquia e da disciplina, garantindo um contínuo
crescimento e fortalecimento dentro da sociedade. Nesse sentido, classificou
como vital a atuação das Forças Armadas para preservação da soberania e
garantia de segurança aos cidadãos. O Vereador Pedro Américo Leal, lembrando
que não concorrerá à vereança nas eleições municipais de outubro do corrente,
discorreu sobre a influência de sua formação militar observada nas atividades desenvolvidas
por Sua Excelência junto à Câmara de Vereadores de Porto Alegre e à Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Ainda, saudou o transcurso do Dia
do Soldado, lendo trechos do testamento de Duque de Caxias, em que é abordada
sua vinculação à instituição militar. Após, a Senhora Presidenta concedeu a
palavra ao General João Noil Wollmann, que destacou a importância do registro
hoje efetuado por este Legislativo, relativo ao transcurso do Dia do Soldado.
Às dezesseis horas e dez minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezesseis horas e quinze minutos, constatada a existência de
quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Clênia Maranhão enfocou questões
atinentes à violência contra as mulheres, discorrendo sobre os movimentos
observados no País e no mundo, em especial nos últimos trinta anos, de denúncia
e combate dessa forma de agressão. Sobre o assunto, ressaltou a necessidade de
uma efetiva participação dos órgãos públicos, para elaboração e implantação de
políticas que garantam condições de igualdade e maior segurança ao gênero
feminino. Na oportunidade, foi apregoado o Memorando n° 375/04, firmado pela
Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por
meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Reginaldo Pujol se encontra
representando externamente este Legislativo na solenidade de outorga da medalha
“Negrinho do Pastoreio” aos Senhores Nico Fagundes e Paulo Xavier, a partir das
quinze horas de hoje, na Casa Branca do Parque de Exposições Assis Brasil, em
Esteio. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Helena Bonumá discorreu acerca da
discriminação sofrida pelas mulheres, elogiando as ações do Governo Municipal
no sentido de coibir a violência contra a mulher e aprovando os resultados
obtidos por meio dessas ações. Também, refletiu sobre as condições de segurança
do Centro de Porto Alegre, alegando que a imprensa faz uma caracterização
indevida da região e citando medidas tomadas pela Prefeitura Municipal para
diminuir a criminalidade. O Vereador João Antonio Dib referiu-se ao número de
Projetos constantes da Ordem do Dia e no período de Discussão Preliminar de
Pauta, mencionando alteração no Regimento, proposta por Sua Excelência em
relação à tramitação de Projetos denominando vis públicas. Nesse sentido,
criticou a Prefeitura Municipal por não colocar placas indicativas nos
logradouros, afirmando que recursos financeiros investidos em fundos bancários
poderiam ser destinados a esse fim. O Vereador Luiz Braz criticou a atitude do irlandês
Cornelius Horan durante a maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas, exaltando o
espírito esportivo e a perseverança demonstrados pelo atleta brasileiro
Vanderlei Cordeiro de Lima. Ainda, relatou visita de Sua Excelência ao Bairro
Lomba do Pinheiro, descrevendo a situação do Arroio Tiriri e das pessoas que
moram às suas margens e cobrando da Prefeitura Municipal a limpeza desse curso
d’água. O Vereador Gerson Almeida discordou do enfoque dado por setores da
imprensa ao Projeto do Governo Federal, que cria o Conselho Nacional de
Jornalistas, declarando que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem
procurado dialogar com os diversos setores da sociedade civil organizada.
Ainda, mencionou a diminuição dos índices de desemprego e o aumento no
rendimento médio dos trabalhadores como exemplos das políticas sociais adotadas
pelo Executivo Federal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol
dissertou acerca das limitações sofridas pelos Senhores Vereadores em razão da
legislação eleitoral, alegando que os meios de comunicação não têm abordado com
a necessária profundidade as atividades legislativas desta Casa. Nesse sentido,
contestou críticas divulgadas recentemente pela imprensa local, as quais
afirmavam que a preocupação maior desta Casa era com a aprovação de nomes de
ruas. O Vereador Raul Carrion registrou o transcurso, no dia vinte e oito de
agosto, do vigésimo quinto aniversário da anistia política no Brasil e do Dia
Nacional dos Bancários. Também, comemorou o desempenho da delegação brasileira
nos Jogos Olímpicos de Atenas, na Grécia, e destacou a participação positiva
que a China vem apresentando nessa competição. Finalizando, convidou todos para
a Sessão Solene de outorga do Título de Cidadão Emérito ao Senhor Luis Fernando
Verissimo. O Vereador Isaac Ainhorn discorreu acerca das atribuições dos
Vereadores desta Casa, ressaltando a importância da fiscalização realizada pela
Câmara Municipal dos atos do Executivo e apontando a justeza das concessões de
Títulos e outorga de homenagens. Nesse sentido, aprovou a discussão realizada
sobre a segurança pública no Ato Solene em homenagem ao aniversário do 9º
Batalhão de Polícia da Brigada Militar e sublinhou a importância dos trabalhos
realizados pelas Comissões Técnicas da Casa. O Vereador Wilton Araújo mencionou
o transcurso, amanhã, do Dia Nacional do Nutricionista, comentando a Lei que
trata da obrigatoriedade da supervisão de nutricionista nas redes de
“fast-food” de Porto Alegre. Em relação ao assunto, sugeriu que o Executivo
Municipal edite e assine o Decreto regularizando essa questão e afirmou que
somente após a edição desse Decreto a Secretaria Municipal da Produção,
Indústria e Comércio estará habilitada a fiscalizar o cumprimento dessa Lei. Às
dezessete horas e dezoito minutos, constatada a inexistência de quórum, a
Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores
Luiz Braz e Dr. Goulart, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do
Regimento, e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Guilherme
Barbosa, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Informo ao Plenário que encaminhei à
Diretoria Legislativa o Memorando nº 363/04, informando que o Ver. Elói
Guimarães estará representando a Câmara de Vereadores de Porto Alegre na Sessão
Solene do Tribunal Pleno alusiva à Semana da Pátria, no dia 1º de setembro, às
17h, no Auditório Romildo Bolzan do Palácio Flores da Cunha, na Rua Sete de
Setembro, 388.
No
Memorando nº 360/04 comunico que o Ver. Beto Moesch estará representando a
Câmara de Vereadores de Porto Alegre no XIV Congresso Nacional de Irrigação e
Drenagem e o I Encontro Internacional de Irrigação, Drenagem e Controle de
Enchentes, no período de 24 a 29 de outubro, a partir das 8h30min, na Fiergs.
Passamos
à
A Profª Silvana Braseiro
Conti, representando a Liga Brasileira de Lésbicas do Rio Grande do Sul, está
com a palavra para tratar de assunto relativo ao Dia da Visibilidade Lésbica,
pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. SILVANA BRASEIRO CONTI: Boa-tarde a todas as pessoas que estão
aqui presentes. Eu gostaria de fazer uma saudação especial à nossa Presidenta
Margarete Moraes, que teve uma iniciativa muito importante com relação ao nosso
movimento de lésbicas e bissexuais e com relação à data no calendário de Porto
Alegre a respeito do dia de luta da visibilidade lésbica.
É
importante tratar, neste momento, da questão do porquê de um dia de
visibilidade lésbica. É em função de sermos mulheres e sofrermos a opressão de
gênero e, também, sofrermos a opressão pela questão da orientação sexual.
Então, é uma data extremamente importante o dia 29, e demarca, também, o nosso
primeiro seminário de lésbicas, que aconteceu em 1996.
A
partir desse ano, a nossa cidade de Porto Alegre é pioneira, e estamos dentro
do calendário oficial.
É
importante também tratarmos de outras questões que, nós, da Liga Brasileira de
Lésbicas da Região Sul, consideramos importantes.
No
ano passado, nessa mesma época, aqui nesta Casa Parlamentar, foi exposta a
questão do nosso primeiro encontro da Liga Regional. Alguns Vereadores ocuparam
esta tribuna, dizendo que a Prefeitura de Porto Alegre estaria financiando um
luau, ou algo desse tipo, para mulheres lésbicas, ou qualquer tipo de mulheres,
que estariam fazendo uma festa em Florianópolis, nesses termos. E, na verdade,
o que aconteceu foi que ali, naquele primeiro encontro, nós conseguimos
organizar a Liga Brasileira de Lésbicas da Região Sul, e, desde lá, estamos
tomando uma série de iniciativas por dentro dos movimentos de mulheres.
Participamos da Marcha Mundial de Mulheres; participamos do XIV Encontro
Nacional Feminista; participamos da Conferência Nacional de Política para as
Mulheres. Isso, na verdade, demonstra que, nós, mulheres que somos lésbicas e
bissexuais, que amamos mulheres e fazemos sexo com mulheres, acreditamos num
outro tipo de sociedade: uma sociedade que seja justa, igualitária e que dê
oportunidades para todas as pessoas, independente da orientação sexual.
Uma
outra questão, também, que a gente considera importante é com relação à
participação da Liga Brasileira de Lésbicas numa oficina, na semana passada, em
Brasília, onde nós estávamos juntas, na verdade, com o Ministério da Educação,
com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e vários segmentos que têm
relação com a criança e com o adolescente. Nós estávamos contando, também, com
a presença do Conanda, que é o Conselho Nacional de Crianças e Adolescentes, e
conseguimos estar tratando lá sobre a questão de políticas públicas para
crianças e adolescentes, porque, neste momento, estamos tendo o entendimento de
que também as crianças e adolescentes que estão nas escolas e que vivem no
cotidiano merecem ser enxergadas com as suas especificidades.
Na
verdade, não existe uma só sexualidade. Muitas pessoas daqui podem, até o
momento, ter um só entendimento, mas espero que a partir de hoje consigam ter
um outro entendimento, consigam entender que existem pessoas de diversas
formas: homens, mulheres, negros, negras, heterossexuais, homossexuais,
lésbicas, bissexuais; então, é extremamente importante que a gente também possa
estar tratando nessa perspectiva com relação à Educação.
Com
relação aos nossos avanços, então, do ano passado para cá, nós consideramos
importante demarcar o dia 29, o Dia da Visibilidade Lésbica. Nós também
conseguimos colocar dentro desta Casa a questão da Frente Parlamentar pela
livre expressão sexual; contamos com uma série de apoiadores e apoiadoras,
Vereadores e Vereadoras, e conclamamos, neste momento, para que aqueles que
ainda não se engajaram nesta Frente Parlamentar, possam estar-se engajando a
partir deste momento.
A
gente considera importante, porque a Liga Brasileira de Lésbicas é uma liga
pluripartidária, não é uma liga construída por um segmento ou por um Partido; é
importante, então, que todas aquelas pessoas que são sensíveis e que entendem
que, para que o mundo seja democrático, todas as pessoas devem estar incluídas;
então, esses Vereadores e Vereadoras podem estar fazendo parte dessa Frente
Parlamentar.
Uma
outra questão interessante é que dentro desta Casa Parlamentar também foi
aprovada a questão da educação antidiscriminatória; já era uma lei aprovada
desde 1999, mas, na última semana, então, foi inclusa; entrou nessa lei, além
da questão de raça e etnia, a questão de gênero, que já estava colocada, e
também a orientação sexual, dentro dos currículos escolares, desde a educação
infantil.
Por
que isso tem a ver com a questão da orientação sexual? Muitos podem estar-se
perguntando. Como a educação é uma política universal, todas as pessoas têm o
direito de enxergar-se dentro dela, e as crianças desde a infância, desde a
educação infantil, devem ter a possibilidade de tratar dessas questões que são
fundamentais para o ser humano, incluindo-se a questão de gênero. Estamos
criando essas crianças para viverem neste mundo que é machista. Temos de
trabalhar na educação a questão de que homens e mulheres têm os mesmos direitos
e os mesmos deveres, e podem ocupar a sociedade da mesma forma.
A
questão de raça e etnia também é extremamente importante.
Há
pouco tempo, nos bancos escolares, só se tratavam e só apareciam nas histórias
as pessoas que são brancas, e, geralmente, os homens.
Dentro
da história, poucas pessoas negras conseguiam se enxergar dentro da escola,
porque os heróis, aqueles que realmente fizeram a história do Brasil, não
apareciam nos bancos escolares e, principalmente, nos livros didáticos.
Então,
é extremamente importante estar tratando da questão de gênero, raça e etnia
dentro da educação, mas, também, da questão da orientação sexual.
Por
quê? Porque existem muitas crianças que têm um outro tipo de família. Hoje não
existe mais - é extremamente importante ressaltar-se isso - só aquela família
de mamãe, papai, filhinhos. Isso é uma coisa que existe, e temos o maior
respeito, mas também existem outras formas de família, como, por exemplo, a
família da qual participo: tenho uma companheira, tenho um neto, tenho uma
filha, e temos uma família muito, muito interessante. E somos muito felizes.
Então,
é importante que as crianças que fazem parte dessas novas concepções de
família, e os adolescentes, que têm outra orientação sexual, possam estar sendo
contemplados dentro da política de educação.
Outra
questão que consideramos importante é com relação a quais os direitos que ainda
são negados a nós, mulheres que somos lésbicas e bissexuais, e para os meninos
que são gays ou transgêneros. Acho
que é interessante ressaltar isso: não podemos somar renda para aluguel de
imóvel ou para aprovar financiamentos; não podemos assumir a guarda dos filhos
nem adotar filhos em conjunto; não temos o direito à visita íntima na prisão; não
podemos declarar parceria para declaração de Imposto de Renda; não temos
garantia de permanência no lar quando a parceria morre. Será que esse mundo que
a gente acredita que seja igualitário, que seja justo, e pessoas que vivem uma
vida inteira com um companheiro ou com uma companheira e não são
heterossexuais, essas pessoas não têm o direito de permanecer com o filho ou
com a filha dessa pessoa? Ou, então, ficar com os bens que as pessoas
construíram juntas durante uma vida inteira? Por que só as pessoas que são
heterossexuais têm esse direito? Acho que é extremamente importante a gente
fazer essa reflexão no dia de hoje, porque o dia 29 de agosto não é um dia de
festa, é um dia de luta pela nossa visibilidade, porque nós, da Liga Brasileira
de Lésbicas da Região Sul, acreditamos que um outro mundo é possível, sim; onde
todas as pessoas estejam incluídas, independentemente da sua orientação sexual.
A gente fica muito satisfeita de estar, aqui, neste momento, e espera que todas
as pessoas que estão aqui se somem conosco nessa luta, porque quando todos os
movimentos se unirem, independente da sua luta específica, talvez a gente
consiga realmente ter o mundo que a gente sonha. Obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço pela participação da Silvana
Conti e a convido para compor a Mesa em nome da Liga Brasileira das Lésbicas.
Eu
ofereço a palavra às Lideranças das Bancadas.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Vereadora, eu devo me afastar dentro em
breve, aqui do Plenário, em função de uma representação que Vossa Excelência
nos deferiu de representar a Casa numa homenagem ao Antônio Augusto Fagundes,
que se realiza na Expointer. Mas, eu queria, antes de sair, requerer a Vossa
Excelência que, no momento oportuno, submeta à Casa um Requerimento nosso,
solicitando um minuto de silêncio, de pesar, pelo passamento do Sr. Sérgio
Ximenes Porto, que, por longo tempo, foi segurança aqui na Casa e que, no
último sábado, foi sepultado, vítima que foi de uma doença de que estava
acometido há longo tempo. Então, que Vossa Excelência submeta esse Requerimento
à Casa, no momento oportuno. Porque não quero interromper este período fértil
de debate, que a Tribuna Popular enseja. Muito obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Todas as universidades do mundo, hoje, se
dedicam ao estudo da nova família, ao estudo do direito da nova família. A nova
família perde aquela idéia do tripé pai, mãe e filho, para ter outras origens;
inclusive do bebê de proveta, da barriga de aluguel e das fecundações fora dos
padrões antigos e não encarados socialmente. E se chega a uma surpresa muito
agradável da compreensão científica: de que as novas famílias podem se
estabelecer, se equilibrar e serem absolutamente progressivas, inteligentes e
extremamente competentes. Eu acho que era disso que se precisava, do ponto de
vista acadêmico, para confirmar aquilo que na prática se sabe: as relações
sexuais são assumidas e, muitas vezes, não escolhidas. Assim como nós dizemos
que há o amor entre homem e mulher como instinto, há também, instintivamente, o
amor de homem por homem, de mulher por mulher.
Não
é só a questão de aceitar, é a questão de a sociedade inteira assumir. E
assumir de bom grado e, muitas vezes, de uma forma absolutamente positiva.
Quando falo em positivo, falo no positivo amplo, positivista, voltado para a
natureza, voltado para o progresso e principalmente para a solidariedade e a
plena aceitação.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidente, quero saudar a Srª
Silvana, e dizer que esta Casa mostra hoje a sua pluralidade e a sua
democracia. Eventos bem diferentes mostram a capacidade desta Casa de assimilar
e de aceitar a vida brasileira, com as suas heterogeneidades. Então, esta Casa
tem, realmente, como mostra esta Tribuna Popular, a democracia, através de
todos os ângulos e de todas as camadas sociais.
Portanto,
seja bem recebida nesta Casa e continue o seu trabalho. O mais importante é
que, sem dúvida, essa bandeira não deve ser seguida por um Partido, mas sim,
por uma causa democrática e que venha a buscar a integração da sociedade e não
separá-la.
Então,
este Líder do Partido Trabalhista Brasileiro saúda a sua presença aqui, e
sempre que for uma causa justa, em benefício das comunidades, e,
conseqüentemente, da sociedade, não tenho dúvidas de que esta Casa e qualquer
tipo de Partido político dará o seu apoio. Parabéns pelo trabalho. Sinta-se em
Casa, já que esta Casa, como já falamos, usa muito bem esse aspecto
democrático, mostrando, aqui, a sua pluralidade, e mostrando a capacidade do
ser humano de assimilar a prática democrática em nosso País. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Cassiá Carpes.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ISAAC AINHORN: Boa-tarde. Em nome da Bancada do PDT, nós
queremos saudar sua presença aqui nesta Casa, Srª Silvana Braseiro Conti, e
dizer que o nosso Partido, historicamente, tem buscado perseguir posições, não
no sentido de coibir, mas de buscar caminhar no sentido de propostas que
respeitem o direito das minorias. Historicamente, como quando nós surgimos
novamente no cenário político da Pátria, defendemos o direito das minorias, a
luta pelo papel das mulheres na sociedade, dos negros, dos índios, dos
homossexuais; sempre tivermos esse tipo de posicionamento contra qualquer
espécie de preconceito. Infelizmente temos consciência de que a sociedade
brasileira é uma sociedade que ainda tem fortemente arraigada em si inúmeros
preconceitos. Infelizmente não somos uma democracia racial, como muito se
ufanam; nós buscamos que o Brasil seja, apesar da sua condição, um verdadeiro
cadinho racial. Tivemos a oportunidade de votar favoravelmente à proposta da
Verª Margarete Moraes em função do Dia da Visibilidade Gay, porque ela tem
assumido essa luta aqui nesta Casa e tem oportunizado um espaço para as minorias
aqui dentro desta Casa.
Portanto,
em nome do PDT, nós saudamos a sua presença e teremos um enorme prazer em levar
para o nosso Partido as suas posições, as suas propostas e vamos continuar
defendendo esses caminhos que lutem, sobretudo, contra qualquer espécie de
preconceito! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu agradeço pelo pronunciamento do Ver.
Isaac Ainhorn.
A
Verª Helena Bonumá está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa saudação em nome do PT e também do PSB à
nossa companheira Silvana Conti, da Liga Brasileira de Lésbicas do Rio Grande
do Sul, que vem a esta Casa, com muita pertinência, para marcar o Dia da
Visibilidade Lésbica, que agora faz parte do Calendário Oficial de Eventos da
Cidade de Porto Alegre. Nós entendemos que é muito importante que a nossa
Câmara Municipal faça este registro. Foi a Câmara Municipal que aprovou esse
Projeto, a partir da iniciativa da nossa Vereadora-Presidenta Margarete Moraes,
refletindo assim um anseio de luta de um segmento da nossa comunidade, que são
as mulheres lésbicas que têm lutado pela visibilidade da sua questão, colocado
na roda os seus problemas, as suas reivindicações que constituem a exclusão
histórica a que são submetidas por uma sociedade que é machista, que é
patriarcal, que é preconceituosa e que é fundada na desigualdade social.
Portanto,
nós temos muita luta pela frente, achamos que é muito pertinente, neste dia,
essa reflexão. Nós, esta Câmara de Vereadores, que aprovou esta homenagem, que
aprovou o Dia da Consciência Homossexual no dia 28 de junho - também no
Calendário Oficial da Cidade - e que tem trazido para cá debates como este,
como foi agora no Projeto do Ver. Renato Guimarães, complementando a Lei
Municipal contra o preconceito e a discriminação na educação pública municipal.
Então, nós temos muita luta pela frente, nós temos a luta pelos direitos civis,
pela cidadania desse contingente de mulheres que trazem a sua questão para as
instituições, que colocam essa questão para a sociedade. Nós achamos que o
direito ao amor, à sexualidade, são direitos humanos básicos; e uma sociedade
que se pretende democrática, tem de se colocar na perspectiva de superar o
preconceito e olhar de frente para essas questões. A sexualidade é uma questão
humana fundamental para a vida de qualquer um ou qualquer uma de nós. E nós
entendemos que a partir do momento em que nós começamos, de fato, a fazer esse
debate, contemplar essa diversidade, essa diferença que constitui a nossa
riqueza humana, aí sim, nós estaremos caminhando no sentido da constituição de
uma sociedade democrática.
Portanto,
companheira Silvana, quando a Liga vem a esta Casa, está dando, sim, uma
contribuição efetiva para a democracia; está trazendo, com muita coragem e com
muita pertinência um assunto que é difícil de ser tratado por uma instituição
como essa, mas que é muito necessário de ser encarado de frente por uma
instituição como a Câmara de Vereadores e por muitas outras instituições da
nossa sociedade, sem as quais nós não construiremos uma sociedade democrática.
Obrigada, seja sempre bem-vinda a esta Casa.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta Margarete Moraes, Srª
Cláudia Prates, nós do PMDB, eu e o Ver. Sebastião Melo, também entendemos que
a liberdade de todos deve ser respeitada, as opções de vida de todos devem ser
respeitadas. E, por isso, também participamos da aprovação do Dia da
Visibilidade Lésbica, dentro do direito absoluto que vocês têm dentro da nossa
sociedade. Estamos do lado de vocês e estamos à disposição nessa luta. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em nome da Câmara de Vereadores, quero
cumprimentar a Srª Silvana Braseiro Conti – houve mudança na representação -,
representante da Liga Brasileira de Lésbicas do Rio Grande do Sul, que
organizou a Semana da Visibilidade Lésbica, Semana esta que promoveu momentos
de reflexão, de debates, de passeatas, de exposições de arte, de cartilhas,
enfim, quando houve, na verdade, uma manifestação visível para a sociedade,
exatamente o que pretendia essa Lei, originalmente de minha autoria, mas que
hoje é da cidade de Porto Alegre e pertence a essa organização, a esse
movimento - um movimento libertário, um movimento civilizatório. Também quero
cumprimentar a Verª Helena Bonumá, o Ver. Renato Guimarães, por seus projetos
que vão sempre nessa ordem da luta de superação contra todas as formas de
preconceito. Muito obrigada, é uma honra recebê-la nesta Casa.
Quero
registrar a presença do Sr. Flávio Cassal, Presidente do Consepro da Lomba do
Pinheiro, e da Srª Rosa Maria, Patroa do CTG Pousada da Figueira, também da
Lomba do Pinheiro. É uma honra recebê-los.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Vereadora-Presidente, eu ouvi quando o
Ver. Reginaldo Pujol solicitou a V. Exª que se fizesse um minuto de silêncio
pelo falecimento de um segurança aqui da Casa, e eu pediria que também se
fizesse um minuto de silêncio, no mesmo momento, à Srª Geneci dos Santos
Guerra, que faleceu no último sábado, e que é progenitora de uma das grandes
Lideranças da Zona Sul da Cidade, pertencente ao PSDB, a Srª Luíza Estivalete.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Deferimos os pedidos do Ver. Reginaldo
Pujol e Ver. Luiz Braz.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para um Requerimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Srª Presidente, eu requeiro a inversão
da Ordem do Dia, no sentido de passarmos imediatamente ao período de Grande
Expediente, a fim de homenagearmos o Dia do Soldado.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o Requerimento do Ver. João
Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO pela unanimidade
dos presentes.
Passamos
ao
Com
muita honra, eu convido a compor a Mesa dos trabalhos o General João Noil
Wollmann, representante do Comando Militar do Sul; o Coronel Paulo Roberto
Osório, Chefe da Casa Militar, representando o Exmo Sr. Governador
do Estado; Dom Dadeus Grings, nosso querido amigo e Arcebispo da Arquidiocese
de Porto Alegre; Capitão-Tenente Vanderlei Souza dos Santos, representante do
5º Distrito Naval; Major-Intendente Sílvio Sokal Lima, representante do 5º
Comar; Tenente-Coronel Nelsohoner Sebajes, representante do Comando Geral da
Brigada Militar; Sr. Jair Soares, Deputado Estadual e ex-Governador;
Desembargador Vladimir Passos de Freitas, Presidente do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região; sejam todos bem-vindos à Câmara Municipal de Porto
Alegre.
Neste
momento, eu convido o Ver. João Carlos Nedel, proponente desta homenagem, para
o uso da tribuna.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) É com muita honra que falo em nome da Bancada do Partido
Progressista - dos meus ilustres colegas João Antonio Dib e Beto Moesch e do
grande soldado Pedro Américo Leal - e no meu, pessoal. O art. 142 da
Constituição Federal diz que o Exército Brasileiro, juntamente com a Marinha e
a Aeronáutica, é uma instituição nacional permanente e regular, organizada com
base na hierarquia e na disciplina e se destina à defesa da Pátria, à garantia
dos poderes constitucionais e da lei e da ordem.
Alguns
pontos desse conceito constitucional, tais como ser instituição nacional
permanente e regular, bem como sua destinação à defesa da Pátria e à garantia
dos poderes constitucionais, talvez não provoquem maiores discussões, porque
são detentores de caráter axiomático.
Entretanto,
especialmente nos tempos atuais, com emprego de falaciosos argumentos, de
objetivos iconoclásticos ou perversores e partidos dos inimigos da ordem e do
progresso, têm-se tornado freqüentes as críticas e as tentativas de atingir a
hierarquia e a disciplina, do mesmo modo que as ressalvas ao emprego do
Exército para a manutenção da lei e da ordem.
E,
na medida em que tais idéias têm curso mais ou menos livre, solapam a
instituição, espalham a dúvida e favorecem a desordem.
Para
sorte do Brasil e orgulho de seu povo, o Exército Nacional, sempre atento e
vigilante, graças exatamente à observância de seus princípios basilares e à
seriedade e competência de sua hierarquia, não se tem deixado afetar e, ao
contrário, tem se fortalecido institucionalmente.
Hierarquia
e disciplina não podem ser contestadas ou inobservadas, pois sem elas não será
possível ao País manter a ordem necessária ao progresso.
E,
na medida em que a ordem social periclitar, o emprego do Exército para
arrefecer as investidas contrárias pode tornar-se uma imposição conjuntural.
”Você
pode não ver, mas estamos sempre presentes”.
Com
esse tema, usado na campanha do Dia do Soldado, desenvolvida para difundir a
missão do Exército, incentivar o jovem brasileiro a ingressar na carreira
militar e homenagear homens e mulheres que integram a Força, o Exército
Brasileiro tem um recado simples, porém profundo, à Nação brasileira.
Muitas
vezes, mesmo sem ser percebido, participa de atividades que são aparentemente
estranhas à sua finalidade, como, por exemplo, as Ações Cívico-Culturais,
também conhecidas como ACISO, na qual presta serviços de atendimento médico e
dentário gratuito, inclusive nos mais remotos pontos do território nacional.
Mas
o Exército está sempre presente em cada canto do território brasileiro, de
norte a sul, de leste a oeste, nas grandes cidades e também nas pequenas. Até
na minha querida São Luiz Gonzaga, vejam só, onde, em junho último, o 4º
Regimento de Cavalaria Blindada conduziu o Estágio de Garantia da Lei e da
Ordem da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada!
Mas
também esteve, está e estará, sempre que necessário, honrando compromissos
internacionais assumidos, em missões de paz no mundo inteiro, como recentemente
no Timor Leste e no Haiti.
Na
atualidade, o Exército Brasileiro exercita e desenvolve uma doutrina militar
genuinamente nacional, gerada com base em perspectivas de emprego realistas, e
tem procurado evoluir sua concepção estratégica de maneira compatível com as
demandas do futuro.
O
Exército honra no presente os exemplos legados por Caxias, cultiva suas mais
caras tradições e cumpre, diuturnamente, seu sagrado dever de preservar a
soberania e a integridade do Brasil.
No
mundo atual, de modo particular no Brasil, a juventude se vê perdida em meio à
carência de modelos adequados para inspirar a sua formação familiar, social e
cívica. Por isso enreda-se entre os desvalores, as falsas causas e as fantasias
que lhe são apresentadas diuturnamente.
Nesse
cenário, a figura de Caxias é um exemplo a ser rememorado e cultuado na sua
plenitude humana. Mais que um vigoroso e vitorioso General, Caxias foi um
soldado, político, administrador e estadista invejado. Mais do que o Patrono do
Exército, é uma chama viva de amor ao Brasil, um modelo de virtudes para todos
os cidadãos, sem distinção de cor da pele, de lugar ocupado na escala social,
de hierarquia, de profissão ou de local de nascimento.
Caxias
demonstrou, com sua vida honrada e simples, o ser humano que jamais se deixou
hipnotizar pelos títulos de nobreza ou do poder fugaz. Fez sempre o bem por
amor ao bem. Em seu peito de estadista, que sempre foi soldado, bateu, acima de
tudo, um coração de cidadão brasileiro!
Por
isso, entendi necessário dar relevo a este 25 de agosto, Dia do Soldado,
prestando esta homenagem ao glorioso Exército Brasileiro, homenagem essa que
tive a honra de propor, e a alegria de ver aprovada pela unanimidade de meus
pares.
E,
ao fazê-lo, não posso deixar de destacar, nesta Câmara, o meu prezado colega,
companheiro de Bancada e, de modo especial, meu amigo muito querido, o Coronel
Pedro Américo Leal, que tão bem tem representado não apenas o povo de Porto
Alegre - com um espaço nesta Câmara -, mas também o Exército Nacional,
corporificador da essência do povo brasileiro. Pedro Américo: foste, és e serás
sempre um soldado da Pátria. Tenha a certeza de que Deus sempre vai contar
contigo para melhorar este mundo que ele nos proporcionou.
Parabéns
ao Exército, por esta data! Parabéns à nossa querida Brigada Militar!
E
que, com as bênçãos de Deus, o Exército se mantenha, como sempre, à vanguarda
da defesa dos legítimos interesses nacionais, preservando e ordem e a soberania
do Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
em Grande Expediente.
O SR. CASSIÁ CARPES: Exma Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu fui pego de surpresa, hoje de manhã, pelo Ver. Nedel, mas disse
que iria falar neste momento em que, coincidentemente, os três colegas, este
Líder, o Ver. Elias Vidal e Ver. Elói Guimarães estão inscritos neste Grande
Expediente.
Hoje
de manhã nós tivemos aqui a Brigada com seu 9º Batalhão. Tivemos aqui a
pluralidade da Casa; vimos aqui, anteriormente, na Tribuna Popular, outro
segmento da sociedade se manifestando. Isso prova a democracia existente. Mas
eu vou procurar falar mais do coração, daquilo que eu aprendi e, por isso,
estou na política.
O
Exército Brasileiro passou por um período que, no meu entender – isso é uma
análise toda minha – foi envolvido pelos políticos civis, que, em muitos
momentos, não propiciaram a abertura democrática. Não foi por causa do
Exército, não foi pela vontade do Exército, que já queria abrir o regime bem
antes; contudo, levou mais de 20 anos, e muitas vezes não foi muito bem
entendido pela população brasileira. Foram poucos os que comandaram esse tipo de
reação quando a sociedade brasileira pretendia a democracia, porque entendo que
o Exército está no seu lugar, como guardião da democracia. Nós estamos vendo
aqui a pluralidade, com a Mesa composta de vários segmentos, mais o regime
democrático, o Legislativo e o Executivo, provando que há espaço, sim, para
essa democracia brasileira.
O
Exército, com a sua disciplina, que eu não tive o privilégio de freqüentar,
Ver. Pedro Américo Leal, mas V. Exª sabe que eu sou disciplinado. O esporte me
deu a disciplina, que, quem sabe, eu poderia adquirir no Exército Nacional.
Portanto,
o Exército tem uma tarefa - entendo - fundamental e a está exercendo com a
maior qualidade, valorizando o soldado e todas as suas patentes.
Ora,
que trabalho magnífico vocês todos fazem para a questão social deste País, que
precisa, sim, do Exército Nacional; a questão social precisa de todas as
entidades democráticas militares e civis para dar a essa sociedade, a esse povo
um caminho, como disse o Ver. João Carlos Nedel. A nossa juventude, Ver. Pedro
Américo Leal, precisa dessa disciplina, a juventude precisa do ensinamento
militar, rigoroso em certos aspectos, da disciplina para com a sociedade, para
com a família. A Igreja está presente, o que é fundamental na estrutura social
e familiar da vida brasileira.
Eu
estou aqui enaltecendo, na vida brasileira, não só o regime democrático, mas,
principalmente, a presença do Exército, do soldado, da Igreja, enfim, essa
integração nacional para que nós possamos valorizar o ser humano brasileiro
recuperando-o de muitas tragédias. Eu considero a questão das drogas, a questão
social, a questão familiar, questões que devem ser levantadas muito bem, com a
presença da Igreja e do Exercito Nacional, principalmente nas escolas, para que
nós possamos formar cidadãos na concepção da palavra. Nem todos vão para o
Exército, mas o Exército, a Igreja, a Escola, no entender deste Vereador, têm
um caminho e uma tarefa importantíssimos, como o Exército na segurança
nacional. Como é importante a presença dos senhores e das senhoras - hoje já
temos mulheres no Exército nacional - para fortalecermos não só a democracia,
mas a convivência entre os cidadãos!
Eu
quero deixar um abraço a todos vocês. E volto a frisar: eu não tive esse
privilégio, até porque já praticava esporte, mas o esporte me deu, quem sabe,
um pouco daquilo que vocês recebem e que transmitem à sociedade brasileira com
a maior firmeza e a maior tranqüilidade: a disciplina. Em qualquer atividade,
Ver. Pedro Américo Leal, tem de ter disciplina. Vossa Excelência, que vai
deixar esta Casa, é um companheiro leal, que veio da caserna - como V. Exª diz
sempre -, mas um homem democrata, disciplinador, um companheiro leal e saudável
a esta Casa. Vossa Excelência fará falta a nós e, principalmente, àqueles
jovens Vereadores, e àqueles que querem fazer da democracia uma questão
permanente no nosso País. Vossa Excelência atravessou várias décadas, mas dá um
ensinamento à sociedade: de companheirismo, de lealdade e de disciplina.
Através de V. Exª eu transmito a todos os militares, sejam da Brigada ou do
Exército Nacional, o meu abraço, e continuem assim para o crescimento do nosso
País. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Grande Expediente.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Gostaria de prestar, neste ato, uma homenagem um pouco mais simples
ao soldado, a esse soldado que não está na frente de guerra, mas está, todos os
dias, na luta por um Brasil melhor e está quase sempre aqui conosco. Eu tenho
medo de que um dia ele peça vínculo empregatício com esta Casa, que é o Coronel
Siqueira, e a minha homenagem a ele é exatamente pelo que ele representa como
liame, como conexão, como compreensão, como integração, de fidalguia, de
carinho com esta Câmara Municipal. (Palmas.) Sua presença aqui é tão valiosa,
que nós lhe pedimos que esteja sempre conosco.
Em
qualquer tempo da Pátria, em qualquer lugar da Pátria, quando esta Pátria
precisa, ela chama quem? O soldado. O soldado não é convidado, não é conduzido;
ele é convocado, e essa convocação - mais do que convocação - é um chamado, o
chamado de uma nacionalidade, que tem linguajar, que tem território, que tem
cultura, que tem bandeira, que tem hino, que tem moeda, que tem tantas outras
características que fazem dessa nacionalidade uma idéia muito maior. No tempo
das idéias, o nacionalismo, hoje, nessa mudança de conceitos que o mundo
experimenta, seja pela geopolítica, seja pelo avanço tecnológico, os novos
conceitos de geopolítica, os novos conceitos de tecnologia e os novos avanços
mostram que cada vez mais é muito mais importante que nós pensemos o
nacionalismo. O nacionalismo é absolutamente expressado pelo nosso Exército,
pelo nosso soldado.
Qualquer
coisa da Nação que precisar ser integrada, qualquer ação social necessária,
qualquer defesa do território, na paz ou na guerra – e na paz nós
experimentamos, agora, ser um País de oito milhões de quilômetros quadrados,
onde nós não podemos conter uma Amazônia inteira como ar-condicionado do mundo
– o Exército faz parte da nossa variedade botânica, garantindo-a, guardando-a,
e, mais do que isso, impedindo a especulação internacional em cima das nossas
espécies vegetais.
E
esse trabalho que nasceu da integração mais importante que teve o Exército em
toda a sua história, que foi a integração do índio com o branco, do índio com o
negro, do índio com o amarelo, foi talvez esse, um dos maiores trabalhos
conquistados que o Brasil teve. E essa conquista foi feita por um General e,
depois, Marechal, chamado Marechal Cândido Rondon. E isso nós devemos a um
Exército que se organizou, e como outrora fizeram os bandeirantes, foram em
busca da integração e da domesticação dos nossos indígenas, verdadeiros donos
da nossa Pátria, autóctones, que estavam aqui antes da chegada dos nossos
descobridores.
A
história do nosso Exército é uma história cheia do nosso orgulho. E o nosso
orgulho, toda vez que é suscitado ao lermos a história do Exército, além de
buscar as grandes lideranças, é suscitado também com todos aqueles pequenos
soldados que, em seus postos, salvaram vidas; em seus postos, foram heróis,
heróis do nosso cotidiano, como aquele soldado - que hoje é nome de rua em
Porto Alegre - que salvou da voracidade das ariranhas, lá em Brasília, uma
criança, e ele perdeu a vida. Isso, para nós, tem esse significado de que, se
for necessário, como diz o nosso Hino, a nossa vida está à disposição.
Em
cada um de vocês há um soldado, mas também, em todos nós há um soldado.
Eu
me orgulho ao contar para os meus filhos que eu fui um soldado, que eu servi à
Pátria, e que eu tenho fotografias do meu tempo de soldado, e mais do que
fotografias; nós nos reunimos todos os anos, a mesma turma que se formou, e
todos os anos nos encontramos e festejamos a nossa felicidade de ter
participado do Exército Nacional e de ter feito, neste Exército, alguma coisa,
sim, como eu converso todos os dias com o meu companheiro Pedro Américo, que até
no nome é leal. Nós aprendemos a lealdade entre os companheiros e,
principalmente, aprendemos um convívio de companheirismo inigualável,
desinteressado, amigo, voltados todos a um benefício social que nós não
cansamos de proclamar, especialmente esse benefício social que muitas vezes nós
tivemos.
Quando
eu era soldado, foi rompida, Coronel Pedro Américo Leal, a ponte que separava o
Rio Grande do Sul de Santa Catarina; em 48 horas o Exército brasileiro
construiu uma ponte provisória, e toda a nossa riqueza passou por ali, porque
toda a nossa riqueza, a nossa riqueza afetiva, passa pelo Exército Brasileiro.
Meus
parabéns pelo Dia do Soldado. É isso. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Vereadora Margarete Moraes,
Presidenta desta Casa, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Saúdo também o Ver. João Carlos Nedel,
autor desta homenagem, Srs. Generais, Coronéis, Oficiais, Sargentos, Praças,
meus colegas Vereadores, e uma saudação especial também ao Ver. Pedro Américo
Leal, que, nos seus 12 anos de Câmara Municipal, depois de 16 anos na
Assembléia Legislativa, vindo de uma experiência extraordinária também, nos
ensinou e nos preparou para conhecer, na alma, o espírito da nossa instituição
constitucional permanente: o Exército Brasileiro.
Ele
foi uma pessoa que sempre pautou a sua presença, nesta Casa, não querendo
monopolizar a condição de representante dos militares, das Forças Armadas em
geral. Ao contrário, ele, com muita grandeza, procurava estabelecer o diálogo
entre as Forças Armadas e os Vereadores desta Casa, com a colaboração efetiva
de um representante do Comando Militar do Sul, nesta Casa, o Coronel Siqueira.
E,
nesses anos, realizou-se um trabalho profícuo, um trabalho importante nas
relações entre este Legislativo, com mais de 200 anos de existência, e a
corporação de Caxias. Nós, aqui, celebramos, Sr. General, anualmente, uma
homenagem permanente ao Patrono do Exército Brasileiro, Duque de Caxias. Se em
alguns momentos da nossa história houve algumas incompreensões em relação à
figura de Caxias, hoje, com a ajuda de homens como o Coronel Leal, e outros,
nós compreendemos e passamos a reverenciar e a admirar a figura de Duque de
Caxias, seja na sua missão pacificadora aqui no Rio Grande, também, seja na sua
missão como soldado junto às tropas, enfrentando guerras e revoluções.
Por
isso, hoje, nós estamos aqui, e, na construção da nossa história, nós
conseguimos, no curso desse tempo, desconstituir, desativar e desmanchar todas
aquelas figuras que não tinham uma compreensão de que uma sociedade completa a
outra, e ambas se harmonizam; a sociedade civil e a sociedade militar. Não
creio ser possível fazer essa divisão, meu caro Deputado Jair Soares - talvez
seja impossível - porque todos nós, em nossas famílias, temos essa integração,
um convívio de militares e de civis; isso começa nas nossas casas. Eu, aqui,
reverencio o Exército, que tem lições de bravura, de luta, de exemplos e
ensinamentos para o mundo.
Eu,
com absoluta tranqüilidade, posso dizer que o Exército Brasileiro é um Exército
que nos deu muitas lições, seja na guerra, seja na paz. Posso até admitir
algumas passagens difíceis no processo histórico, mas qual o país que não viveu
os seus momentos difíceis e de incompreensões? Eu recordo, aqui, alguns
momentos, inclusive em que eu e o Coronel Pedro Américo fomos partícipes. Srs.
Oficiais, Srs. Soldados, Srs. Sargentos, recordo-me quando fizemos o traslado
dos restos mortais de Osório, do Rio de Janeiro, acompanhados de uma das
figuras mais polêmicas na relação com o Exército, cujos equívocos tivemos a
felicidade de ver desmanchados por ambas as partes: a figura de Leonel Brizola,
que, como Governador do Rio de Janeiro, veio acompanhando o traslado dos restos
mortais de Osório, do Rio de Janeiro ao Rio Grande. Igualmente, eu refiro a
natureza e o caráter democrático, exemplo para o mundo, do Exército Brasileiro.
E, se em outros países discriminações existem – sociais, étnicas - para se
chegar à condição do mais alto posto na carreira militar, no Brasil, nós não
temos isso. O próprio Rio Grande é um exemplo disso. Nós tivemos dois Generais
de origem judaica, já falecidos: Gen. Zipin
e Gen. Kruchin, ambos com grandes responsabilidades dentro do Exército e que
chegaram ao generalato.
Por
isso, por todas essas lições, quando, hoje, por iniciativa do Ver. João Carlos
Nedel, homenageamos o Dia do Soldado, quero dizer a V. Exª, Ver. Pedro Américo
Leal - V. Exª, que está abrindo mão de dar continuidade ao seu mandato, que
está abrindo mão aos mais jovens, e abre esse espaço -, que eu quero ser um dos
signatários permanentes da continuidade – não quero ser o autor da iniciativa,
mas, se for necessário, serei, mas quero ser permanentemente, enquanto o povo
de Porto Alegre me conceder a procuração de estar neste Legislativo, um dos
signatários permanentes -, das homenagens a Caxias, ao Dia do Soldado e ao
Exército Brasileiro. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. ELIAS VIDAL: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Estou com dificuldades para falar, mas não poderia me furtar de
homenagear o Soldado, neste dia, e fazer uma reflexão juntamente com todos os
senhores e todas as senhoras aqui presentes, Vereadores e Vereadoras, como
também com todos os nossos convidados, os Praças com suas patentes, e dizer que
eu não servi, infelizmente, ao Exército; gostaria, mas não servi. Quero
parabenizar o Ver. João Carlos Nedel pelo fato de propor este dia tão importante
de reflexão para todos nós. Fico pensando na figura do soldado, no Exército, no
batalhão, no militar. Sempre que se quer fazer uma analogia ou uma comparação
com algo que funcione bem, com o espírito de coletividade, de garra, de
competência, se pensa no soldado; todas as grandes lições da vida se buscam na
figura do soldado; o soldado é aquela pessoa com quem se faz a comparação, em
primeiro lugar, com a disciplina, com a garra, com a competência. Quando
alguém, em alguma missão civil, num trabalho, numa gincana, quer seja na área
de esporte, recreação, sempre busca espelhar-se na figura do soldado. O soldado
é aquela pessoa que tem um misto de algo inexplicável. É aquela pessoa que,
como uma águia solitária, é capaz de fazer o seu vôo e posar no topo de uma
montanha; assim é o soldado na sua missão, quer esteja ele num batalhão, quer
esteja ele sozinho numa mata, numa floresta. Se ele receber a missão, ele vai,
cumpre a missão e doa a vida por quem quer que ele deva resgatar. Isso é algo
acima do pensamento humano, essa busca de valores dentro do próprio ser que é
cumprir a missão. Custe o que custar, deve cumprir a missão.
E
todos os ramos da sociedade, todos os segmentos da sociedade procuram valer-se
dessa figura do soldado; até mesmo no meio teológico, no meio religioso. O
Apóstolo Paulo, o grande evangelista, disse: "Combati o bom combate,
completei a carreira, guardei a fé; veja agora a coroa da justiça: a minha está
guardada". Segundo Timóteo, capítulo 4º, versículo 7. Olhem, o Apóstolo
São Paulo, grande evangelista, respeitado em todas as religiões do mundo, numa
linguagem militar, numa linguagem de soldado. "Combati o bom
combate..." E há outras expressões que falam sobre o capacete, a espada, a
couraça, tendo toda uma simbologia, porque o Apóstolo São Paulo numa de suas
cartas, epístolas, ele se utiliza de uma linguagem militar, uma linguagem de um
soldado. “Combati...” Ele não fala aqui no coletivo, no sentido de um batalhão.
Agora ele traz para o singular: “Combati, eu...” - o Apóstolo São Paulo –
“Combati o bom combate”.
Então,
o militar é uma pessoa que merece todo o nosso respeito, e um bom soldado só é
um bom soldado porque tem aqueles acima dele que um dia também foram soldados.
Um bom coronel só pode ser um bom coronel quando é, em primeiro lugar, um bom
soldado; um bom rei só é bom rei quando é um bom súdito; um bom patrão só é um
bom patrão quando é um bom empregado.
“Combati o bom combate”, disse o Apóstolo São
Paulo. Aí fica uma reflexão para todos nós que não tivemos o privilégio que os
senhores estão tendo de colocar essa farda, seja verde, azul ou branca, ou uma
outra cor; os senhores têm essa honra. Quero lhes dizer que os admiro muito. Eu
fico pensando na democracia - se fala muito em democracia, uma leitura que
faço, muito pessoal -, parece-me que, como sofremos essa grande entropia no
planeta, vamos do melhor para o pior, parece que o que era bom não é mais bom,
o que era ótimo não tem mais valor, os valores estão se invertendo. Fala-se
muito em democracia, mas eu me pergunto - eu, Elias Vidal, como cidadão que
trabalha e batalha contra as drogas e a violência, e dedica a sua vida a essa
área: uma mãe que perde um filho na violência, uma mãe que perde o seu esposo,
um esposo que perde uma esposa, um pai que perde um filho quando vem da
faculdade por alguém que usa drogas, que se utiliza da violência, a democracia
está valendo para essa mãe? Eu fico me perguntando se entre as Forças Armadas,
o Exército, os militares, de uma forma equilibrada, disciplinada, como são –
são bons soldados, bons militares, guardiões da democracia, como falou o nobre
Líder Cassiá Carpes -, e nós, não deveria haver uma interação maior, ou seja,
uma interação maior entre o civil e o militar. Porque eu confesso aos senhores
- posso estar dizendo algo que aborreça a alguns - que não estou gostando muito
dessa forma de uma parte da democracia; não estou gostando; estou vendo
crianças cheirando loló e cola nas ruas, assumindo as praças, estou vendo mães
ficando sem seus filhos, estou vendo pessoas sendo assassinadas, vindas, depois
de um dia de jornada, quando buscaram o pão para dentro da sua casa, que é algo
sagrado; estou vendo pessoas sendo latrocinadas, sendo arrancadas de seus
carros; estou vendo pessoas que, ao chegarem na sua garagem, uma arma lhes é
colocada na cabeça e são levadas para um matagal. Então, eu pergunto: será que
nós estamos no ponto de equilíbrio da democracia? Será que a democracia não
está oferecendo uma certa liberdade para o ladrão e não para o cidadão? Essa é
uma reflexão que eu faço.
Então, senhores, eu
andava, quando garoto – eu tenho 46 anos, então façam os cálculos –, mais
tranqüilo nas ruas, quando o Exército dirigia a Nação. Agora, se me perguntarem
se eu compartilho em todos os aspectos, eu direi que não. Mas eu acho que, na
condição de civis, deveríamos nos utilizar mais do soldado, do Exército, nessa
interação entre a democracia, o civil e o militar.
São
as minhas palavras de reflexão para esse Dia, em nome de todas as famílias que
estão sendo assassinadas, mortas, latrocinadas, ensangüentadas nas ruas. Também
as páginas de jornais e os programas de televisão estão ensangüentados com o
sangue de pessoas que não têm nada a ver com essa situação política nacional,
ou mundial.
Por
isso, acredito que precisamos nos valer mais dessa força grandiosa que é o
Exército nacional, do seu trabalho que é feito em terra, ou da Aeronáutica, ou
da Marinha. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães, Vice-Presidente
desta Casa, está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta e Srs. Vereadores (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Saúdo, também, o Ver. João Carlos
Nedel, proponente desta homenagem; Cel. Irani Siqueira, que faz a interlocução
entre o Exército, esta Casa e a Assembléia Legislativa; também incluo na
saudação esse grande soldado que é o Cel. Pedro Américo Leal; quero
cumprimentar os oficiais, sargentos, cabos, soldados.
Nós
estamos aqui, neste momento, promovendo um ato extremamente importante. Se nós
lançarmos os olhares sobre a História, vamos ver que esta figura do soldado,
célula-mater, nuclealização do
militar, seja do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica, vem atravessando os
tempos com um papel sem o qual as instituições não sobreviveriam. O Estado,
como instituição, não sobreviveria não fora possuir esse instrumental que é a
figura central do soldado no papel de guardião das instituições, de guardião da
pátria e de guardião territorial. Esse papel e essa função, ao longo da história,
vêm da velha Roma; na medida em que foi-se organizando através da marcha
civilizatória, entregou o cidadão a alguém o papel de ter a função de soldado.
E quando nós promovemos aqui, pela iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, esta
Sessão, este encontro, ele é propício a uma reflexão, além dos aspectos de
ordem histórica: em Guararapes, nasce o Exército e também nasce o Brasil. É em
Guararapes que nasce, exatamente, a consciência nacional, o Exército e o
próprio Brasil. E, ao lado desses aspectos históricos, Caxias, o Pacificador –
e aqui o ex-Presidente da Casa, o ex-Vereador Guatimozim, me relembrava -,
quando pacificava o Extremo Sul Meridional do nosso Pais, mandou construir o
primeiro prédio da Câmara Municipal. Claro que, evidentemente, àquela época,
decorridos mais de dois séculos e algumas décadas, o papel da Câmara era outro.
Mas Caxias, o Pacificador, essa figura maior pelos seus ensinamentos, pela sua
inserção no processo brasileiro, está vinculado à instituição.
Esses
são aspectos históricos importantes, cuja rememoração é importante fazer em
momentos quando iniciamos a Semana da Pátria, na cultuação dos valores maiores,
verdadeiros guardiões da nossa Pátria. Mas é uma reflexão para um País
Continental: nós temos uma costa oceânica imensa; possuímos a Amazônia;
possuímos riquezas minerais, água doce; temos mais de oito milhões de
quilômetros quadrados. E, quando nós olhamos o Brasil, nós temos de,
exatamente, refletir sobre o papel do soldado – que hoje homenageamos -, mas
também sobre o papel das Forças Armadas neste País Continental. Eu tenho dito,
desta tribuna, que nós temos que ter as Forças Armadas - o Exército, a Marinha
e a Aeronáutica - do tamanho do Brasil! Sim, do tamanho do Brasil tem de ser as
nossas Forças Armadas. E, quando vimos, há alguns anos, começarem-se a
dispensar, vejam bem – não sei se por economia, por visão estratégica –, os
nossos recrutas, não poderíamos ter pior notícia, Ver. Pedro Américo Leal, a de
dispensar os nossos irmãos do serviço militar.
Então,
nós queremos aqui dizer da satisfação que temos, da honra de a Casa poder
homenagear o soldado que é, por assim dizer, o núcleo formador do Exército, da
Aeronáutica, da Marinha e da Brigada Militar. É um momento muito importante
para a Casa essa reflexão, para que reflitamos sobre a nossa grandiosidade como
País.
Eu
quero, Srª Presidenta e Srs. Oficiais, dizer e reiterar que nós temos de ter
muito zelo com o nosso País. Há um velho adágio, histórico: “Se queres a paz,
arma-te”. Isso acompanha a história da civilização. Nós não podemos conceber
não termos um aparato militar, as nossas Forças Armadas, senão com a dimensão
da riqueza e do tamanho do nosso País.
Portanto, ficam aqui as
nossas homenagens, a nossa saudação ao Exército Brasileiro, às Forças Armadas,
uma vez que não há incompatibilidade. Eu tenho para mim que, ao longo da
história, as Forças Armadas tiveram um papel moderador, desde Caxias. Então, não
há nenhuma incompatibilidade entre Atenas e Esparta: absolutamente não. Esses
dois fatores – a democracia e a espada, por assim dizer, a segurança – são
perfeitamente compatíveis no processo civilizatório, sem o que nós não
chegaremos a lugar nenhum.
Portanto,
fica aqui a nossa homenagem e a nossa saudação ao Dia do Soldado. Obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com palavra
em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Falo em nome do Ver. Ervino Besson, meu querido amigo, que pertence
à Bancada do PTD e que me cedeu este espaço, e do Ver. Sebastião Melo, da minha
Bancada, PMDB.
O
homem nasce, cresce e vive de vitórias e de frustrações. Vitórias, conquistadas
ao longo da vida, correm paralelas com as frustrações. E uma das minhas
frustrações é não ter podido seguir a carreira militar, lá para as bandas de
Castro e Ponta Grossa, no meu Paraná: em Ponta Grossa, no 13 RI - 13º Regimento
de Infantaria. Sempre sonhei com a carreira de soldado do Exército e as
tentativas foram em vão, pois, naquele tempo, o velho pai, não conhecendo
ninguém no Colégio Militar, em Curitiba, não conseguiu realizar o meu sonho. E
do sonho de militar, passei à carreira de locutor esportivo e, hoje, acumulada
com a de Vereador, com muito orgulho, de nossa Porto Alegre.
No
Dia do Soldado, soldado do Exército, da Aeronáutica, da Marinha e da nossa
gloriosíssima Brigada Militar, nossas homenagens a todos aqueles que, mesmo não
sendo reconhecidos como deveriam ser, são a base da defesa da nossa Pátria. Em
seus braços depositamos toda a nossa confiança na garantia do cumprimento da
ordem e do dever, constante e presente em nossas vidas; você, soldado
brasileiro.
Muitos
já foram os exemplos de altivez e de honra de nossas Forças Armadas,
simbolizando, no soldado brasileiro, a garantia de segurança e de paz para a
nossa terra e nossa gente. E lá fora mostramos o nosso valor nas guerras e em
missões de paz; agora mesmo, no Timor e no Haiti. A todos vocês, graduados ou
não, mas soldados na expressão maior de uma carreira, registramos aqui a nossa
homenagem em forma de muito carinho, de muito respeito e de agradecimento
profundo por tudo que representa uma ordem de união e segurança de nossa
Pátria. E o que fica de esperança é o maior reconhecimento das autoridades para
salários mais dignos para o soldado brasileiro, que ganha muito pouco diante do
muito que ele representa para o nosso País, para a nossa Pátria.
E,
na disciplina, estendo a homenagem ao Coronel Ver. Pedro Américo Leal, um
soldado sempre, e um amigo com quem eu aprendo quase todos os dias. Avante
soldado do Brasil, em suas mãos a segurança da família brasileira! Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
em Grande Expediente.
O SR. GERSON ALMEIDA: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) A noção de soberania, na verdade, confunde-se, ao longo da
história, com o processo de construção das nações. O longo processo de
construção das nações que, no caso do Brasil, uma federação ou uma república
tardia, muito marcada pelos regionalismos até há algumas décadas, nós, com
certeza, tivemos, no Exército Brasileiro, nas Forças Armadas Brasileiras,
talvez a instituição mais nacional entre todas as que até então tínhamos, mesmo
que ainda muito marcada e influenciada pelo forte regionalismo que dominava o
processo de constituição da política nacional à época.
Agora,
a noção de soberania assim como se confunde com a noção de nação, ela deve,
sobretudo, confundir-se, estar sintonizada com um projeto de nação. Não é
possível imaginar um Exército forte com uma nação frágil; não há sentido nenhum
nessa situação. Portanto, é preciso que, como corporação nacional que tem um
papel extraordinariamente relevante no processo de construção da Nação e na
afirmação dos valores democráticos, que são o desejo e a vocação do povo
brasileiro, de fato, o Exército Nacional, as Forças Armadas estejam cada vez
mais sintonizadas e cada vez mais organicamente comprometidas com a construção
do projeto de nação soberana, de nação como todos nós queremos. Porque a
soberania também é um conceito que se confunde com o de nação. Com certeza,
construir nações para serem subjugadas, não há nenhum objetivo nisso. Nós
construímos nações para sermos soberanos, mesmo dentro de um contexto de
relação e inter-relação cada vez mais necessária no âmbito internacional.
Parece-me que, nesse aspecto, afirmando a vocação democrática de todas as
instituições nacionais - não há nenhuma instituição, por mais importante que
seja, que possa sobrepujar o poder da vontade soberana do povo -, a vocação de
nosso Exército é afirmada em muitas iniciativas. Por exemplo, eu vou citar
algumas: na assistência às populações mais carentes, em especial àquelas
situadas nas regiões mais longínquas do território nacional, bem como em
situação de calamidade pública, quando as Forças Armadas cumprem, via de regra,
um papel extraordinariamente rápido, eficiente e, muitas vezes, insubstituível.
O cuidado com o meio ambiente é uma das preocupações que, em várias regiões do
País, faz com que o Exército seja uma instituição muito presente nesse
particular, inclusive com vários convênios, como com o Ibama, que, na Amazônia
e em outras regiões, tem no Exército, talvez, um dos seus principais braços
para a execução da missão de proteção de aves, da fauna, da soberania nacional,
e da preservação daquela magnífica e mais importante floresta subtropical do
planeta.
Há
também os convênios feitos com as polícias especializadas e diversos outros
órgãos para o fornecimento de apoio logístico nas atividades de fiscalização
ambiental que já referi.
São
também dignas de nota as atividades produtivas que o Exército realiza ao longo
desse último período. Cabe à Engenharia Militar, por exemplo, além das suas
missões clássicas de apoio ao combate em situação de guerra, atuar como
pioneira ou colaboradora na solução de problemas do desenvolvimento nacional. E
esse trabalho inclui desde a construção de estradas, ferrovias, pontes,
viadutos, túneis, aeroportos, instalações portuárias, açudes, poços artesianos,
tubulações de água e esgoto, até mapeamento e demarcação de áreas. Em inúmeras
regiões do País essa responsabilidade cabe ao Exército quase de forma única.
O
Exército atua, ainda, na construção, recuperação e duplicação de rodovias
federais, além da fiscalização de obras executadas por empreiteiras da
iniciativa privada, de norte a sul do País; ou seja, também em parceria com o
INCRA, o Exército tem colaborado na construção de estradas vicinais, redes
elétricas e poços artesianos em projetos de assentamento.
Acho
que esses são exemplos já suficientemente largos para demonstrar que há
necessidade - e está em curso - de uma verdadeira integração entre um projeto
de nação e o Exército Nacional, e, com certeza, essa situação ainda vai ser
fortalecida ainda mais com o projeto que, acredito eu, amanhã, deverá estar
sendo anunciado para todo o Brasil, que é o lançamento pelo Ministério do
Trabalho, em colaboração com o Ministério da Defesa, do programa Soldado
Solidário, que tem por objetivo oferecer ao jovem carente ou em situação de
risco social e que presta o serviço militar, capacitação técnica profissional
básica, por meio de cursos profissionalizantes. Os cursos têm a finalidade de
complementar a formação dos jovens e aumentar suas chances de ingresso no
mercado de trabalho.
Inicialmente,
o projeto piloto desse projeto vai atender cerca de 11 mil jovens dos Estados
do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco,
Bahia e Distrito Federal, e, logo depois, vai-se estender para cerca de 23 mil
recrutas de outros Estados. Essa, me parece, é uma extraordinária homenagem que
o próprio Exército Brasileiro, junto com o Ministério da Defesa e do Ministério
do Trabalho, estão oferecendo, nos dias de comemoração do Dia do Soldado, ao
povo brasileiro, porque, sem dúvida nenhuma, é para a formação de jovens, os
jovens que ingressam no serviço militar, ainda saindo da adolescência, e que
hoje em dia têm a preocupação fundamental de buscar uma colocação no mercado de
trabalho para poder servir a sua família, a sua Nação, o seu País, e, muitas
vezes, não encontram meios. E aqui, mais uma vez, com esse convênio, o Exército
Brasileiro vai estar cumprindo um papel importante de inclusão social, papel
não muito reconhecido, mas fundamental que o Exército também tem numa Nação
soberana e democrática como é o País.
Agora
- quero concluir com isso -, recentemente, Srª Presidente, está ampliando ainda
mais com a tropa de paz que está no Haiti, liderada pelo General de Divisão
Augusto Heleno Pereira, que promoveu um extraordinário momento entre esporte,
paz e segurança, que foi o jogo da seleção brasileira no Haiti, em que mais de
um milhão de pessoas acorreram à rua, não se relacionando com uma tropa
invasora ocupante, mas se relacionando com uma nação amiga que eles reconhecem
que está lá para auxiliar na construção democrática e no desenvolvimento
econômico também no Haiti. Essa é a vocação do Brasil, é a vocação do Exército
Nacional: construir uma nação democrática e soberana para todos os brasileiros.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Excelentíssima Srª Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Não estávamos
inscritos no Grande Expediente, mas não poderíamos deixar de falar nesta
Sessão. O Ver. João Carlos Nedel e o Cel. Pedro Américo Leal têm uma tradição
de sempre propor, nesses dias, aqui na Casa, esse tipo de evento. Tivemos a
oportunidade de ter, no ano passado também, um grande evento comemorativo a
Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro.
Eu
sempre gosto de falar, nessas ocasiões, primeiro da ligação com a questão do
Exército; eu não servi, mas tive sempre uma ligação com a questão do CPOR e com
o próprio Colégio Militar, pois, durante muitos anos, tive a oportunidade de
treinar inúmeros atletas do Colégio Militar, sendo que vários deles foram
campeões brasileiros, e, alguns, campeões sul-americanos, quando foram depois
para as competições das Forças Armadas.
Mais
recentemente tive a oportunidade de ver o meu filho - eu como técnico de
atletismo -, quando estava no CPOR, ser campeão brasileiro do Exército e,
depois, das Forças Armadas, na prova de lançamento do martelo. Já fazia 20 anos
que o Exército não ganhava essa prova.
Foi
falado aqui, do que eu ouvi de alguns Vereadores, sobre a importância da
questão do Exército junto à soberania, e no nosso País, de dimensão
continental, a questão da fronteira é vital, e nós sabemos que a questão
fronteiriça cada vez cria mais problemas; então, o Exército tem essa missão de
ocupar e, ao mesmo tempo, de fazer uma relação muito próxima entre os países.
Durante
muitos anos, também, o Exército serviu - e ainda serve, hoje em menor número -
como uma possibilidade de qualificação profissional daqueles que buscavam no
Exército a sua habilitação. Mas o que vejo como princípios basilares do
Exército - sempre me espelho nisso - são dois princípios de vida, e, sempre que
eu posso, eu não falo só para o Exército, mas para todas as corporações; e isso
também está aplicado dentro da família: são os princípios da hierarquia e da
disciplina. Qualquer instituição social tem de ter esses dois princípios. O
Exército tem muito bem isso. Então, uma organização que tem os seus fundamentos
baseados dentro da hierarquia e dentro da disciplina é uma instituição que tem
de dar certo. E é por isso que o Exército, a cada ano que passa, se fortifica
com suas dificuldades, sim, de número, com suas dificuldades de ordem
financeira, mas sabemos da necessidade e da importância vital do Exército para
a soberania de um país.
Por
isso, Ver. João Carlos Nedel, queremos parabenizá-lo e dizer que esta homenagem
é mais do que justa àqueles que preservam a soberania e dão a garantia da
segurança para todos nós, cidadãos do nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Srª Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Bem, sempre que se emprega a
reserva, quando um homem no comando emprega a reserva, não há mais manobra. Os
militares sabem do que eu estou falando aqui. Sempre que se emprega a reserva,
a manobra está hipotecada; praticamente você não tem mais um outro lance. E é
exatamente isso que estou fazendo agora, despojei do meu Partido, a reserva do
tempo de Liderança; ou seja, a qualquer momento se houver algum ataque de
alguma Bancada, se houver alguma ofensiva de qualquer Partido que compõe esta
Casa, o meu Partido não tem mais como se defender. Então, empreguei as reservas
agora. Entendeu? Acabei de empregar as reservas. Mas não podia deixar de empregar
as reservas, porque suscitei ao Ver. João Carlos Nedel e ao Cel. Siqueira -
diante dessa passagem de comando, praticamente, porque estou indo embora da
Câmara; estou com oitenta anos, tenho direito a descansar - e suscitei que eles
começassem uma nova era. Porque dezesseis anos de Assembléia Legislativa, doze
anos de Câmara de Vereadores, são vinte e sete anos! E sempre tive, desta gente
daqui, e me permitam que fale assim, sejam Deputados ou Vereadores, sempre tive
todo o respeito e disciplina. Sempre me aturaram, entre aspas, assim como sou;
e como vocês são. Sempre! Pelo que sou muito grato a todos vocês. Leve também
para a Assembléia o meu agradecimento, e transmita a essa gente que tanto
estimo, que fui Deputado por dezesseis anos, esta minha gratidão.
Então,
o que dizer neste momento que estou fazendo a passagem? Que o Nedel continue? O
Isaac já garantiu que isso seria feito através do tempo, que isso não sofreria
dissolução de continuidade. O Dia do Soldado, o Dia da Polícia, o Dia da
Brigada - o dia de todos vocês -, o Dia da Aeronáutica, o Dia da Marinha -
sempre saudamos vocês! Sempre! E esses homens sempre foram muito dignos. Nunca,
absolutamente, ouvi de um Deputado ou de um Vereador qualquer alusão! E até, às
vezes, provoco, não é? Provoco para ver se eles vêm sobre mim. Mas não vêm!
Eles não vêm por delicadeza; porque, talvez, até me estimem - ao que sou muito
grato.
Era
preciso que se dissesse isso.
Mas
não poderia deixar de lembrar a vocês aqui de uma particularidade da figura de
Caxias, o nosso Patrono. Leiam o testamento dele! Leiam o testamento de Caxias!
No testamento de Caxias, todos vocês - permitam-me a intimidade - verão a
grandiosidade desse homem solitário. O poder traz solidão! Não me digam que
não. O poder traz solidão! Quando o indivíduo se encarapita em qualquer função
de comando, ele tende a ficar solitário - não é, Chefe da Casa Militar? V. Exª
sabe muito bem do que estou falando. A solidão vem!
O
meu gabinete é repleto de páginas sobre Caxias. E ele diz o seguinte, no
testamento dele: “Não avisem aos meus amigos! Se os tenho, hão de ir ao meu
enterro. Se os tenho, se são meus amigos, irão ao meu enterro. A bandeira que
hão de colocar sobre o meu esquife, que seja a bandeira do Clube Militar.
Honras eu não quero, nem as militares. E dêem, aos seis soldados que segurarem
o meu caixão, 30 reais para cada um”.
E
daí deve ter vindo aquela colocação célebre da caserna: pagamento – sempre que
você dá alguma coisa a alguém, você não dá, você paga. É uma dívida que a
Pátria tem para com aquele indivíduo. Ele não recebe nada de graça. Ele é pago.
Bem,
nada mais a acrescentar.
Minha
Presidenta, despeço-me muito satisfeito com vocês, por aqui, o Nedel que
ensejou esta magnífica comemoração nesta data. E me pediu o Ver. Isaac Ainhorn,
pois ele não se lembrava do General Ramão Menna Barreto, nosso grande amigo,
Chefe do Estado Maior; não sei se cruzaram por aí, em Santa Maria, como
Coronel, no período em que nós tivemos que, sem saber, sem conhecer nada de
administração de uma Nação, nós tivemos que nos desincumbir de uma missão para
a qual não estávamos preparados. E fomos muito bem! Fomos muito bem, porque as
realizações estão aí. Só não vê quem não quer: Projeto Rondon, todas os planos
que saíram, Ponte Rio-Niterói, as usinas, não vou citar porque seria
desnecessário. Fomos muito bem! Fomos muito bem! E isso precisa ser realçado.
Então, deixo aqui as minhas despedidas. Deixo o encargo para o meu
ex-Governador, do qual eu fui seu Líder, para que transmita à Assembléia,
também, as minhas despedidas. E agradeço muito a todos vocês, aos Vereadores,
por serem muito leais e fiéis. Eu não tenho nada a dizer, e, para vocês
militares, nada a dizer, desta Casa. Era importantíssimo que os civis se
juntassem aos militares para compor o País e para erguer este País. Ah, se isso
fosse possível! Eu tentei, eu tentei, fiz o que pude - e todos vocês sabem. Fiz
o que pude.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Pedro Américo Leal, seu
tempo se esgotou.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Já que Vossa Excelência está me avisando,
eu deixo a tribuna. Muito obrigado a todos, e até outra vez. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Neste momento, em nome de todos os
homenageados neste dia, presentes ou ausentes nesta Casa, eu convido a falar o
General João Noil Wollmann.
O SR. JOÃO NOIL WOLLMANN: Exma Srª Presidente desta
Câmara Municipal, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Cabe, neste momento, em nome do Sr.
Comandante Militar do Sul, Gen. Tibau, agradecer a esta Casa tão
representativa, pela iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, de homenagear, hoje,
o Dia do Soldado, comemorado em 25 de agosto. Data essa que todos nós sabemos
ser a data do Patrono do Exército, Mal. Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de
Caxias. Foram várias as colocações feitas aqui a respeito desse ilustre
brasileiro, militar, político, estadista, mas, acima de todas essas qualidades,
um patriota de escol, que sempre se
dedicou ao nosso País com afinco, com denodo, com bravura e, sobretudo, com uma
ilibada conduta. Essa ilibada conduta tornou-o merecedor de inúmeros títulos na
sua vida, e aqui eu faço questão de destacar um deles, que já foi dito aqui
nesta tribuna, que é o de Pacificador e Integrador do Brasil. Eu acho que só
esse título traduz muito bem o que foi Duque de Caxias, o nosso Patrono.
Também
mercê de suas qualidades é que nós temos, hoje, no nosso vernáculo, o termo
"caxias", traduzindo é aquela pessoa que leva tudo a sério, com
denodo, com garra. E em função desse termo - "caxias" -, eu fiz
questão de citar aqui uma frase de Gilberto Freyre, que diz: “Caxiísmo, não é
conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas comuns a
militares e civis”. Tomemos todos nós o seu exemplo, pois cada um, a seu modo,
não deixa de ser um soldado brasileiro que em suas atividades diárias trabalha
para engrandecer o nosso País.
Eu
reitero os agradecimentos a esta Casa, particularmente ao Ver. João Carlos
Nedel pela sua proposição, e aos demais Vereadores que ocuparam esta tribuna. E
encerro com uma frase muito usada no Exército, talvez em alguns momentos
interpretada de forma errônea, mas acho que ela se aplica a todos nós, em
qualquer momento, em qualquer lugar, basta ver os exemplos que tivemos nestas
duas semanas passadas, nas Olimpíadas: “Brasil, acima de tudo”. Obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Mais uma vez quero cumprimentar o Ver.
João Carlos Nedel e também o Ver. Pedro Américo Leal por esta proposição, que
na verdade é o resgate da vocação da solidariedade, da consciência cívica, da
função social dos serviços de inclusão na defesa da soberania e da ética,
simbolizados hoje, no “Dia do Soldado”, e também em nome do Gen. João Noil
Wollmann, parabenizar e cumprimentar a todos os soldados do Brasil,
independente de sua hierarquia. Muito obrigada. Suspendo a Sessão para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h10min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - 16h15min): Estão reabertos os trabalhos da presente
Sessão.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Grande Expediente.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. Eu queria, neste momento em que posso utilizar a
tribuna no período do Grande Expediente, recolocar uma das mais graves
questões, uma temática que nós aqui, nesta Casa, por intermédio da atuação das
diversas Vereadoras que compõem este Plenário, temos trazido na expectativa de,
por intermédio de ações concretas e objetivas deste Parlamento, possamos dar uma
contribuição a essa questão. Eu me refiro à questão da violência que acomete as
mulheres e que inclusive, hoje, um ato de violência chocou a opinião pública
por intermédio das notícias na imprensa: o fato de ter sido encontrado o corpo
de uma mulher desaparecida e que a polícia inclusive avalia, ainda que
preliminarmente, que tenha sido assinada como ato subseqüente a uma
circunstância de violência sexual.
Nessa
etapa da história, fundamentalmente nesses 30 últimos anos, com o crescimento
do movimento de mulheres, com a visibilidade que ganhou a temática feminina na
sociedade pela ação militante e objetiva
das entidades de defesa dos direitos femininos, as questões que envolviam
as relações entre homens e mulheres, a questão dos direitos humanos das
mulheres deixou de ser vista pela sociedade como uma questão a ser enfrentada
apenas pelas ONGs, pelo terceiro setor. É cada vez mais necessário que os
Parlamentos Municipais, que as Câmaras de Vereadores, que as Prefeituras
Municipais consigam colocar também para si a responsabilidade de tratar a
temática da violência contra as mulheres como uma responsabilidade pública.
Recentemente,
a Organização Mundial de Saúde, fundamentalmente a Organização Pan-americana de
Saúde, elaborou uma diretriz de política pública, exatamente visando a fazer
com que as instituições do poder local tivessem consciência da sua
responsabilidade na luta contra a violência em relação às mulheres. E procurou,
com esse documento, definir ações efetivas na luta contra a violência em
relação às mulheres, quer seja no espaço público ou dentro das suas próprias
casas, que é o espaço que tradicionalmente se procurava colocar como seguro
para todos os seus membros e que, o desnudar de uma realidade do espaço privado
tem demonstrado que isso não é verdade, considerando que as estatísticas
apontam que aproximadamente 70% dos atos de violência contra as mulheres
ocorrem dentro do espaço doméstico. Essa é uma denúncia antiga que o Movimento
de Mulheres tem feito, a tentativa de dar visibilidade a essa questão, a
tentativa de definição de políticas públicas para o enfrentamento da violência
doméstica é uma luta central, focada pelo Movimento de Mulheres. Porém, se as
estatísticas do nosso País, do nosso Estado, da nossa Cidade demonstram que,
apesar de todas as iniciativas tomadas, da criação das delegacias
especializadas, das casas de apoio às mulheres vitimadas, se essa realidade não
tem sido suficiente para se contrapor a essa circunstância de violência, esse
tema tem de continuar sendo ponto central dos debates e das formulações das
políticas públicas de todos os municípios brasileiros. Às vezes, quando nós
procuramos discutir isso em um Parlamento Municipal, a tendência das pessoas é
achar que essa questão não tem de ser enfrentada em nível municipal,
considerando que as políticas de Segurança não são de responsabilidade das
Prefeituras, especificamente.
Porém,
nós sabemos que a violência contra as mulheres é resultante de uma concepção
formulada em uma sociedade patriarcal, que coloca as mulheres numa situação de
subserviência, e em que as mulheres não são vistas como um sujeito pleno de
direitos.
É por isso que as ações na
área da Educação, a formulação das políticas igualitárias, a discussão dos
textos nas escolas, desde as escolas de educação infantil até o ensino
universitário, são formulações fundamentais para desconstruir essa concepção de
desigualdade, de exclusão e de submissão do contingente feminino em nossa
sociedade.
Portanto,
o enfrentamento da questão da violência e a reconstrução de relações
civilizatórias, de relações de igualdade entre homens e mulheres só serão
possíveis quando todas as instituições públicas, quanto todas as instituições
responsáveis pelas políticas educacionais, quando todas as instituições
responsáveis pela formulação de políticas na área dos direitos humanos, quando
os profissionais da área de Saúde, quando as políticas de cultura, todas,
compreenderem que têm de trazer como um caráter transversal incorporado à
questão da igualdade, desde o processo de formulação dessas políticas, e que
essa concepção de igualdade tem de permear não apenas as formuladoras e os
formuladores dessas políticas, mas, fundamentalmente, tem de estar presente
naqueles que operam essas políticas.
Eu
acho que um dos avanços significativos que nós tivemos no Brasil, no ano
passado, foi exatamente a obrigação do registro dos casos de violência, que
devem ser feitos pelos profissionais de Saúde nas unidades de Saúde que atendem
as pessoas vitimadas.
Nessa
direção, é que eu acho que nós, na condição de Parlamentares, temos uma
contribuição a dar, considerando o caráter fiscalizador do Parlamento
Municipal.
Eu
acho que essas iniciativas que nós reconstruímos, que são leis, que estão no
papel, elas têm de ser muito acompanhadas por esta Casa, para nós termos a
certeza de que elas saíram efetivamente do papel e foram introduzidas nas
políticas públicas e, portanto, começaram a incidir sobre a vida das mulheres,
sobre a vida das pessoas, sobre a vida dos munícipes, dos homens e das mulheres
do nosso Município.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerrado o Grande Expediente.
Informamos
que o Ver. Reginaldo Pujol está representando a Câmara de Vereadores de Porto
Alegre na solenidade de outorga da Medalha Negrinho do Pastoreio aos Senhores
Nico Fagundes e Paulo Xavier na Casa Branca do Parque de Exposições Assis
Brasil, em Esteio.
Passamos
às
A
Verª Helena Bonumá está com a palavra em Comunicações.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz, Srs.
Vereadores, Verª Clênia Maranhão, antes de entrar no tema de que quero tratar
hoje, aqui nesta tribuna, eu quero fazer uma referência à fala da Verª Clênia
Maranhão. De fato, é extremamente importante que esta Casa faça sempre o debate
das políticas que são necessárias para combater a discriminação e a violência
relacionadas à mulher e, particularmente, aqui, a violência de gênero, que, em
Porto Alegre, já de longa data, fruto da ação do Movimento de Mulheres
Organizadas, fruto do compromisso da Administração Popular com essas
reivindicações, temos, desde o primeiro Governo, a Casa Viva Maria,
posteriormente articulada com serviços de saúde da Prefeitura. E, na evolução
desse trabalho, dentro da Prefeitura Municipal, no ano passado, a partir de um
contato com a Secretaria Especial de Mulheres do Governo Lula, e também num
processo de integração das políticas na área dos direitos humanos, saúde,
assistência social, com as políticas de segurança nessa área, como a Delegacia
da Mulher, nós integramos as ações, no que nós lançamos, publicamente, em 25 de
novembro do ano passado, o Dia de Combate à Violência Contra a Mulher, com um
programa estruturado, no qual foi lançada uma publicação dos vários serviços da
Capital, aqui nessa área, e as políticas que esses serviços prestam, com
telefones, com referências, onde as pessoas possam estar buscando esse apoio.
Então,
todo o esforço é no sentido de se estar integrando uma ação que potencialize a
capacidade de atendimento às mulheres vítimas de violência. Fizemos uma inovação
em termos de ação do próprio Poder Público Municipal; pela primeira vez nos
dirigimos aos agressores, pois sabemos da dificuldade para essa mulher que
sofre a violência doméstica voltar, de alguma forma, no âmbito da sua relação
afetiva, com o seu companheiro, com o seu marido. Pela primeira vez se tratou
dessa questão tanto dirigindo um material chamando aqueles homens que praticam
a agressão e divulgando entre eles os locais - do ponto de vista da saúde –
onde eles poderiam estar buscando ajuda – e do ponto de vista da assistência
social também. É um primeiro passo no sentido de se buscar também essa
reflexão.
Mas
o que eu gostaria de tratar aqui hoje, neste fim de tempo que tenho, é da
sucessão de matérias que a mídia tem publicado, através de jornais, rádio e
televisão, particularmente um dos grupos de comunicação aqui do Rio Grande do
Sul, em relação à segurança no Centro da Cidade. Há uma caracterização do
Centro da Cidade, a partir da ação de um repórter que ficou durante 60 dias
fazendo investigações de forma clandestina, fazendo a caracterização do Centro
da Cidade como inseguro, como um local onde as pessoas não devem ir para curtir
os equipamentos de cultura, de comércio, de lazer, enfim, a vida. Há toda uma
caracterização que, do nosso ponto de vista, é extremamente equivocada. O
Centro da nossa Cidade apresenta, sim, problemas, que são problemas históricos
de segurança. São problemas que em qualquer aglomeração urbana, em qualquer
centro de capital, como a nossa, particularmente num País que reproduz
desigualdade social, que reproduz a discriminação dos seus diferentes,
acontecem. Nós temos no Centro o que acontece no centro de qualquer grande
capital do mundo inteiro. E nós temos tratado o Centro da nossa Cidade.
Diariamente,
segundo a EPTC e segundo a Brigada Militar, 500 mil pessoas transitam pelo
Centro de Porto Alegre. Durante dois meses, essas reportagens registraram 26
ocorrências ao todo. Se nós formos fazer a conta, Ver. Gerson Almeida - e eu me
dei ao trabalho de fazer uma regra de três -, o resultado é de uma para 7 mil e
600 vezes a chance que a pessoa que vai ao Centro tem de sofrer um episódio de
violência; uma para 7 mil e 600 vezes!
Portanto,
eu acho que a forma que nós temos de encarar esses problemas é como a
Prefeitura tem encarado, por meio do Viva Centro, articulando as políticas
públicas municipais, por meio da ação da SMIC junto à fiscalização do comércio
ambulante, por meio da nossa Guarda Municipal na área da Secretaria Municipal
de Direitos Humanos e Segurança Urbana e com a articulação com a comunidade.
Nós
criamos um Conselho Municipal de Segurança Urbana, porque nós acreditamos que,
enquanto comunidade, enquanto instituições públicas, enquanto Poder Público
Municipal e enquanto Governo que tem competência na área da Segurança e na área
do Ministério Público e da Justiça, temos sim de ter capacidade de estar dando
resposta a essa situação.
Muito
já tem sido feito em Porto Alegre, e o que tem sido feito da parte do nosso
Governo, Ver. Luiz Braz, e da parte da comunidade, a capacidade de resposta que
a nossa comunidade tem, permite-nos dizer que nós temos de apostar nisso como
forma de resolver nossos problemas e não criar uma fantasia que gera medo, gera
insegurança e que traz prejuízos para os negócios no Centro da Cidade e para a
vida dos nossos cidadãos e cidadãs.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
em Comunicações. Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, aquele guru indiano dizia a todos que o
procuravam: “Simplifica, meu filho, simplifica”.
Nós
temos sido, ultimamente, muito criticados pelo número de leis que fazemos nesta
Casa, e eu sempre disse que nós não temos necessidade de tantas leis; sempre
afirmei que lei deve ser clara, precisa e concisa para ser respeitada.
Na
Ordem do Dia de hoje nós temos 90 Projetos para serem votados - claro que nós
não chegaremos na Ordem do Dia. Vinte e três deles são de denominação de
logradouros públicos.
Na
Pauta, no dia de hoje, temos 17 Projetos; seis deles são de denominação de
logradouros públicos: mais de um terço. E, na Ordem do Dia, um quarto.
Ainda
na Ordem do Dia temos quatro Projetos de Lei do Executivo, um de 2003, dois de
2001 e um de 2004. Temos também três vetos e quatro Emendas à Lei Orgânica
Municipal, uma do ano de 2000 e três do ano de 2002. Parece que nós demoramos
muito para votar.
Então,
pretendi, já coloquei nesta tribuna e já senti a solidariedade de vários dos
meus colegas Vereadores, uma alteração no Regimento, simples como devem ser as
coisas.
Eu
estou pretendendo que seja incluído um artigo no Regimento que diz exatamente o
seguinte (Lê.): “Os Projetos de Lei denominando logradouros públicos, após três
Sessões normais de Pauta, desde que tenham pareceres favoráveis das Comissões
de Constituição e Justiça; de Educação, Cultura e Esportes e de Urbanização,
Transportes e Habitação, serão considerados aprovados, não sendo submetidos ao
Plenário”. Mas, eu ainda acrescento um parágrafo único (Lê.): “Para que um
Projeto seja submetido ao Plenário será necessário Requerimento de Vereador
nesse sentido, nos termos do art. 94, § 3º, letra h.” Por que eu coloquei isso? Porque é assim que votamos a Redação
Final. Quando o Vereador entende que a Redação Final pode ter algum problema,
chama para o Plenário - por meio de um Requerimento que é votado no Plenário -,
e a Redação Final será ou não votada no Plenário. Assim, se a denominação de um
logradouro der importância extraordinária a um nome, o Vereador interessado
poderá pedir e, então, vir ao Plenário. E, com isso, nós estaremos
simplificando o nosso trabalho, nós estaremos diminuindo os custos da Câmara
Municipal, porque toda essa tramitação que aqui se faz é contada em reais,
afinal. Além do tempo, tem-se que contar os reais que ela custa para o povo de
Porto Alegre.
E
é importante, sem dúvida nenhuma, há um equívoco muito grande da parte de muita
gente, quanto à denominação de logradouros. É muito importante! É difícil
alguém se sentir feliz morando na rua X, do bairro Y; é muito difícil. E nós
vemos, quando os Vereadores denominam logradouros, que a inauguração da placa
denominativa faz com que muita gente ali compareça. Mas o mais importante de
tudo, os Vereadores quando fazem as denominações de ruas cumprem o dever que o
Executivo não cumpre, que é o de colocar placas em cada esquina da Cidade. Isso
está na Lei nº 383, repetido no Código de Posturas; e a Prefeitura, que tem
muito dinheiro em CDBs, não coloca as placas nas ruas.
Eu
fiquei horrorizado, depois de saber pela Prefeitura, que, para ela, uma placa
custaria 100 reais, e que precisaria colocar nas ruas da Cidade 14 mil placas,
diz a Prefeitura – eu acho que não é verdade, é muito mais do que isso –; mas,
mesmo que fossem 30 mil ou 50 mil placas, seriam 300 mil reais para a
Prefeitura, que tem sempre acima de 50 milhões de reais em CDBs, o que não
representaria coisa nenhuma, senão a diminuição de um pouco dos juros que a
Prefeitura recebe.
Mas
o dinheiro do povo deve ser transformado em obras e serviços. E um dos serviços
mais importantes, pelo número das pessoas que pedem, é a colocação das placas
nas esquinas das ruas da nossa Cidade. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
em Comunicações. Desiste. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações. Ausente.
Solicito
ao Ver. Dr. Goulart que assuma a presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Meu amigo Ver. Dr. Goulart, presidindo os
trabalhos neste instante; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
senhoras e senhores, uma das coisas mais lindas que eu já vi acontecer neste
meu País foi a participação da delegação brasileira nas Olimpíadas, em Atenas,
Grécia, fazendo com que nós todos nos orgulhássemos dos nossos atletas, que
foram até lá e, com muita dignidade, representaram o nosso Brasil.
Mas
um ato, ontem, Ver. Dr. Goulart, me deixou muito ufano: foi quando, no
encerramento das Olimpíadas, o nosso atleta maratonista, o Vanderlei Cordeiro
de Lima, liderava a prova que tem 42 km e, quando faltavam apenas 4 km para ele
encerrar a prova e ganhar a medalha de ouro, um louco, que anda solto lá pela
Europa - ele já entrou numa pista de Fórmula 1 e quase foi atropelado pelos
carros em alta velocidade -, invadiu a pista em que corria o nosso maratonista,
o Vanderlei Cordeiro, e tirou o Vanderlei da corrida e o derrubou. Somente
quando conseguiu desvencilhar-se é que o Vanderlei pôde prosseguir.
É
nisso que se baseia o meu ufanismo como brasileiro: dificilmente nós iríamos
encontrar um outro atleta, Ver. João Bosco Vaz, V. Exª que há tanto tempo
acompanha as várias modalidades esportivas, com a força que teve o nosso
atleta, que, mesmo parado na corrida, pois os batimentos cardíacos vêm num
determinado ritmo, e naquele ritmo de corrida, depois de praticamente 40 km
percorridos, ele tem que começar tudo de novo. E ele consegue, ainda, a medalha
de bronze. Isso é um fato realmente heróico.
Eu
me lembro desse fato, Ver. Goulart, e agora com a presença também da nossa
Presidenta, Verª Margarete, para poder dizer o seguinte: alguns cidadãos, em
nosso País, também gostariam, Ver. Gerson Almeida, de marchar rumo à medalha de
ouro, de fazer as suas conquistas. Estão prontos para isso, mas eis que o Poder
Público - e eu não sei por que - resolve atrapalhar a corrida do nosso cidadão,
e impede que ele chegue até a sua medalha de ouro.
Eu
fui visitar a Lomba do Pinheiro neste final de semana, mais uma vez, e lá nós
fomos à Parada 11. Por ali passa - e V. Exª que cuida do meio ambiente, Ver.
Beto Moesch, é um lutador pela preservação do meio ambiente, pode realmente
ajudar a resolver esse problema - aquele arroio que me disseram chamar-se
arroio Tiriri, eu não sei se esse, realmente, é o nome, mas é o nome que me
deram do arroio que passa por ali. Mas às margens do arroio Tiriri existem
várias casas, pessoas que moram ali, e que poderiam estar, praticamente, dentro
de um paraíso, já que a região é muito bonita. Mas sabe o que o Poder Público
faz, Ver. Gerson Almeida? Absolutamente nada! Não faz a limpeza do arroio há
muitos e muitos anos. Por ali passam ratazanas, sofás, passa de tudo, e por ali
passa, realmente, uma imundície tremenda que vai contaminar aquelas pessoas, e
as pessoas pedem - pelo amor de Deus - para que o Poder Público faça a limpeza
daquele trecho de água, e absolutamente nada é feito.
Ali
estão alguns cidadãos que gostariam muito de chegar até a "medalha de
ouro"; falta pouco. Eles estão à beira de um lugar extremamente bonito,
mas vai lá o Poder Público e na hora em que o cidadão está pronto para a
"medalha de ouro", tem tudo para isso, o Poder Público vai lá e, como
aquele louco de ontem, acaba impedindo que o cidadão chegue até a "medalha
de ouro". Mas eu sei que o nosso cidadão, os cidadãos que compõem esta
Cidade, eles são vigorosos, eles são, também, revestidos daquela mesma
tenacidade do Vanderlei Cordeiro; eles estão esperando um ato apenas do nosso
Poder Público para que eles possam viver de uma forma melhor.
Salvem
o arroio Tiriri, pelo amor de Deus, lá da Lomba do Pinheiro.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra
em Comunicações, por cessão de tempo da Verª Maria Celeste.
O SR. GERSON ALMEIDA: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, quero, neste período de Comunicações, tratar rapidamente de dois
temas. O primeiro é colocar a minha irresignação a uma série de comentários e
debates que têm sido feitos por alguns setores da sociedade brasileira,
tentando articular uma relação entre o Governo Federal com uma suposta índole
dirigista, ou índole autoritária ou qualquer outra situação desse tipo. Basicamente,
em relação a uma questão, isso tem sido tratado, que é o Conselho Nacional de
Jornalistas, e isso tem sido identificado por alguns setores da mídia como ato
autoritário, ou um viés autoritário do Governo. Ninguém tem discutido o mérito
dessa matéria, tem apenas se preocupado em adjetivar, e sequer ou muito pouco
tem sido noticiado que isso não é senão um pleito, uma demanda, uma solicitação
da Federação Nacional dos próprios jornalistas. Então (Lê.): “... é
insustentável que o argumento de que no nosso Governo tem uma intencionalidade
autoritária ou uma prática em tal sentido. Nenhum outro Governo no período
republicano foi tão democrático ou está sendo tão democrático quanto o Governo
Lula”. Vejam só alguns exemplos (Lê.): “O Governo estabeleceu um inédito
diálogo que abrange todos os grupos - do MST aos empresários de todos os
setores. Demandas são ouvidas, sugestões são acatadas e soluções são
encaminhadas. Não há dirigismo em nenhum setor ou atividade. Não há dirigismo
na Economia, setor no qual mais se temia que um Governo do PT viesse a adotar
uma política estatizante. O atual Governo é o que mais promoveu e vem
promovendo o diálogo institucional com Governadores, Prefeitos ou o Congresso
Nacional e com o Judiciário. Consensos para impasses federativos são
construídos, pendências são negociadas e conflitos são dirimidos“.
Esse
trecho que acabei de ler é de um artigo do Presidente Nacional do Partido dos
Trabalhadores, o ex-Deputado José Genuíno, com o qual concordo integralmente.
Portanto, é preciso que nós façamos um debate substantivo e não um trabalho em
cima de preconceitos que, a rigor, independem dos fatos a serem reproduzidos.
Outra
questão sobre a qual quero tratar é a extraordinária notícia de que nós, em
julho, vivemos o terceiro mês consecutivo de diminuição do desemprego (Lê.):
“Em relação a junho, a redução foi de 0,5%. Já na comparação com julho de 2003,
a diminuição chegou a 1,6%. O levantamento identificou ainda um aumento de 2%
no rendimento médio real dos trabalhadores entre julho de 2004 e o mesmo
período do ano passado”, ou seja, a taxa de desemprego, todos os meses, tem
diminuído e agora acrescido do aumento da renda média de trabalhadores. Essa é
uma conquista muito importante para o País e com certeza anuncia possibilidades
melhores para o nosso povo. O número de pessoas ocupadas tem crescido em todos
os meses desde janeiro deste ano, ou seja, há oito meses, o número de ocupados
da indústria ou outras áreas tem crescido. O levantamento detectou também um
aumento dos empregos formais pelo sétimo mês consecutivo no Brasil, ou seja,
foram criados um milhão e 236 mil postos de trabalho com carteira assinada
desde o começo do ano. Os dados do IBGE mostram também que, em julho de 2004,
havia 2,4 milhões de pessoas desocupadas nas seis regiões metropolitanas
investigadas, o que indica uma queda de 4,1% em relação a junho, são menos 103
mil desocupados. O índice foi puxado para baixo, principalmente pelo desempenho
do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Porto Alegre, ou seja, a cidade de Porto
Alegre, junto com São Paulo e Rio de Janeiro, é a Cidade que tem puxado para
baixo o índice de desemprego, portanto, felizmente, moramos em uma Cidade que,
como dizíamos, está sendo preparada para se beneficiar de forma mais rápida,
com o crescimento econômico do País, porque aqui existe infra-estrutura, aqui
há uma boa prestação de serviços, aqui há uma qualidade de mão-de-obra como
poucas capitais do Brasil têm. E aqui está um dado objetivo e claro de como
isso é verdade.
É
importante também ver que, na comparação com o ano anterior, a diminuição da
taxa de desemprego foi ainda mais expressiva. Em relação ao ano anterior, nós
tivemos menos 10% na taxa de desemprego.
Portanto,
senhoras e senhores, é possível dizer e afirmar que, apesar de todas dificuldades,
o Governo Federal, com suas políticas sérias destinadas à inclusão, tem
começado a apresentar indicadores que anunciam um novo período para o Brasil e
uma nova possibilidade de termos uma vida melhor para todos brasileiros. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu estou retornando da Expointer, onde, prazerosamente, cumpri a
tarefa de representar a Casa na outorga da Medalha Negrinho do Pastoreio ao
Nico Fagundes e ao Prof. Paulo Xavier. Isso é um fato comum na vida de um
Legislador da Cidade, especialmente quando conta com a boa vontade da
Presidência da Casa que nos honrou com a distinção de representante deste
Legislativo no acontecimento.
O
assunto ficaria assim se não ocorresse uma situação que eu faço questão de
expor, diante de um fato que hoje acontece em toda cidade de Porto Alegre e em
todo o Rio Grande do Sul. Até gostaria que o Ver. Isaac, que o Ver. Dib, Ver.
Braz e o Ver. Carrion ficassem atentos ao que eu vou dizer: eu mal havia
chegado à solenidade já havia pessoas que se preocupavam em dizer que eu tinha
de me afastar do local onde se encontravam as autoridades, porque poderia ser
entendido que a minha presença se vinculava com o processo eleitoral. Aliás,
todos já observaram que, de uns tempos a essa data, os nomes dos Vereadores não
saem mais no jornal. As coisas que nós fazemos aqui não são noticiadas, porque
todos temem que a interpretação da Justiça pública deste Estado seja de
utilização de espaços com o propósito de se promover eleitoralmente.
Eu
tenho até aqui em mãos – aproveito para cumprimentar a Presidenta da Casa - uma
manifestação que ela dirigiu à imprensa a respeito de uma notícia que saiu há
pouco no jornal a qual fala que o que o Vereador mais faz é dar nome de ruas.
Então, nós somos colocados perante a opinião pública de forma distorcida e
equivocada e nós não tivemos, Vereador Dib, a oportunidade de responder, porque
quem faz esse tipo de juízo a respeito da atividade legislativa não conhece,
nem de perto nem de longe, as verdadeiras funções do Legislador. Não sabem que,
além do poder de propor limitado que nós temos, há várias matérias que não
cabem ao Vereador tomar iniciativa, nós temos, por prerrogativa legal, a
capacidade de dispor, e quando dispomos, dispomos sobre matéria de
ultra-relevância. Acho que, quando se aprova uma emenda na Lei de Diretrizes
Orçamentárias - e eu aprovei mais de vinte -, se faz mais do que o projeto,
tamanha é a sua repercussão. Quando se examina um Veto aqui na Casa e se
consegue que ele seja derrubado, ou mantido, os efeitos são extremamente
maiores do que a aprovação de um ou mais nomes de ruas possa ter ocasionado.
Ainda
no ano passado, nós tivemos aqui até o cuidado de fazer uma interpretação
rigorosa nas disposições da Lei Municipal que regula a denominação das ruas, e
a Comissão de Constituição e Justiça foi muito dura ao apreciar determinados projetos
que usam a tendência que nós julgávamos que não estavam perfeitamente ajustados
dentro do espírito da lei. Pois bem, com tudo isso, fica sobre as costas da
Câmara a idéia de que aqui é uma Casa festiva, que aqui ninguém trabalha, Ver.
Wilton Araújo, ninguém sabe que nós ficamos, inclusive no recesso, V. Exª é um
dos que me acompanhou nessa tarefa, convocados pelo Presidente Isaac Ainhorn,
Presidente da Comissão, que examina o Plano Diretor, reunidos todas as
quintas-feiras, discutindo assuntos da Cidade.
Isso
não sai no jornal, isso é ignorado, e isso não é creditado aos Vereadores que
se dedicam a essa tarefa. Isso não é creditado; simplesmente se ignora essa
situação.
Então,
o Ver. João Bosco, de forma anti-regimental, mas muito oportunamente, diz que
não se preocupa com esse tipo de juízo apressado.
Mas
eu diria que não me preocupo, Vereador, do ponto de vista pessoal. Se deixarem
eu apresentar a minha biografia, se deixarem eu apresentar os trabalhos que
realizo nesta Casa, que vão do nome da rua a homenagens, a leis de grande
profundidade, e à participação em todas as matérias que aqui se discutem, se
deixarem, eu vou me entender com os meus eleitores. Mas acho que é injusto com
o Legislativo como um todo.
Parece-me
uma campanha, disfarçadamente, antidemocrática. Há interesse de desmoralizar o
processo democrático. E não há democracia que não tenha um Legislativo aberto e
atuante.
Por
isso, Vereadora, queria cumprimentá-la pela manifestação. Acho até que deveria
merecer uma divulgação mais ampla. Naturalmente, ela não foi divulgada, não
convém divulgar isso.
Parece
que ela se prende naquela história de que só divulga, quando o homem morde o
cachorro, porque, o restante, eles consideram natural e não é notícia.
Concluo,
advertido pelo término do meu tempo, dizendo que é preciso, não em defesa das
nossas candidaturas, porque cada um tem o seu estilo de fazer campanha
política, tem a sua biografia, tem o trabalho, e por isso será julgado; mas em
defesa da Instituição é preciso que a gente se manifeste, alto e bom som,
lamentando que isso ocorra no enfraquecimento do processo democrático.
Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a manifestação do Ver.
Reginaldo Pujol; concordo com ele.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Verª Margarete Moraes, demais Vereadores
desta Casa, em primeiro lugar, queremos registrar que, neste sábado, Ver. João
Dib, se comemoraram duas datas importantes. Uma delas, os 25 anos da anistia
política neste País, que ainda não atingiu todos aqueles que foram atingidos
pelo autoritarismo nos 21 anos de regime militar. Temos a Lei nº 9.440 de 1995,
que trouxe reparações às famílias dos mortos e desaparecidos - cerca de 300
mortos, mais de 130 desaparecidos - e uma nova legislação, mais recente, que
trata da reparação para as pessoas que deixaram de trabalhar, foram demitidas,
tiveram de se exilar com suas famílias e, por causa disso, perderam, na sua
vida profissional, longos anos. Neste sentido, ainda pouco tem sido reparado,
principalmente para aqueles que eram trabalhadores comuns ou menos remunerados.
Temos visto na grande imprensa uma grande repercussão para as chamadas
reparações milionárias que têm atingido algumas poucas pessoas. Mas devemos
dizer que a imensa maioria das pessoas - trabalhadores, operários, intelectuais
- que foram atingidas continua aguardando a reparação. Para eles, a anistia
ainda não chegou.
A
segunda data, também no dia 28, Ver. Wilton Araújo, é o Dia Nacional dos
Bancários, categoria que vem sofrendo um desemprego tecnológico bastante
acentuado, que tem enfrentado o problema das doenças profissionais de uma forma
cada vez maior - devido às jornadas de trabalho crescentes, com horas extras -,
principalmente no que se refere às doenças profissionais do tipo LER-Dort; é
uma categoria que tem também sofrido, fruto desse desemprego, um grande
achatamento salarial e, inclusive, uma terceirização bastante forte.
Por
tudo isso, saudamos também essa categoria, que tem uma história de lutas na
nossa Cidade e, também, no nosso País.
Queríamos,
ainda, fazer uma referência ao resultado bastante positivo da nossa delegação
em Atenas, a maior delegação, Verª Margarete. E é importante dizer que a
Delegação não é uma escolha do Partido, a quantidade; significa, isso sim, já
uma seleção, só podem ir às Olimpíadas aqueles atletas que superaram
determinadas marcas. Então, desta vez, o Brasil enviou uma delegação de 247
atletas, 42 a mais do que na delegação da Olimpíada anterior. Esteve em 30
finais, oito a mais das 22 finais que haviam ocorrido na Olimpíada anterior.
Quatro medalhas de ouro, um recorde na sua história, e tudo isso se deveu, em
grande parte, ao investimento que principalmente o Governo Federal está fazendo
e à Lei Agnelo Piva – Agnelo Queiroz, que é o nosso Ministro, e o Senador Piva
-, que, nesses quatro anos, fez ingressar como recurso para o esporte no Brasil
mais de 163 milhões de reais. Claro que não ocorre uma mudança da noite para o
dia, mas já estamos vendo o resultado concreto do trabalho do Governo Lula.
Também
chamamos atenção para a surpresa chinesa nessa Olimpíada, já que a China
conquistou 32 medalhas de ouro contra 35 dos sempre imbatíveis Estados Unidos.
Espera-se que a próxima Olimpíada, em Pequim, seja realmente um duelo de
gigantes, porque a China vem tendo um desempenho enorme, com 407 atletas nessa
Olimpíada.
Para
finalizar, queria fazer um convite a toda a Casa, e aos que nos assistem
também, para a importante Sessão Solene, Ver. Dib, nesta quarta-feira, às 19h,
quando será concedido o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao nosso
grande conterrâneo Luís Fernando Veríssimo, que honra a nossa Cidade, honra o
nosso Estado. É um Projeto de minha autoria, que teve a assinatura de todos os
Vereadores, Ver. Dib, no momento em que foi protocolado, e teve também a
unanimidade dos votos na sua aprovação. É uma homenagem a esse grande escritor,
cronista genial, cartunista, músico, cidadão comprometido com uma sociedade
mais fraterna, mais solidária e mais democrática. Eu tenho certeza de que todos
os Pares estarão presentes nessa grande homenagem ao nosso Luís Fernando
Veríssimo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Srª Presidente e Srs. Vereadores, o
Legislativo é uma Casa com grandes particularidades, com grandezas, com coisas
difíceis e delicadas que se vivem no dia-a-dia. Nós estamos num período
pré-eleitoral. No entanto, é bom que se diga, Srª Presidente, que esta Casa não
deixou de realizar nenhuma das Sessões Ordinárias. Agora mesmo o Ver. Raul
Carrion, com quem tenho inúmeras divergências políticas, anuncia a realização
de uma Sessão Solene para a concessão do Título de Cidadão de Porto Alegre. Eu
não sei se esse Título é de Cidadão de Porto Alegre ou se é Título de Cidadão
Emérito, porque cada Vereador, anualmente, tem direito a conceder um Título,
mas, independentemente, seja Título de Cidadão Emérito, seja Título de Cidadão
de Porto Alegre – e cada Vereador tem direito a conceder um deles -, na
realidade é uma homenagem mais do que justa a uma figura extraordinária do
Estado do Rio Grande do Sul. Luís Fernando Veríssimo é uma legenda do nosso
Estado, é detentor do Prêmio Érico Veríssimo aqui nesta Casa. Concessões de
reconhecimento ao escritor, ao advogado, ao médico, fazem parte do nosso
trabalho, agora, o importante, o que temos de ter em vista é que essas
atividades não podem prejudicar as atividades essenciais do parlamentar. Ainda
outro dia eu dizia, numa Sessão Plenária de estudantes – e aqui temos Sessão
Plenária de estudantes há muitos anos, pois a Câmara Municipal foi pioneira na
realização das Sessões Plenárias do Estudante –, que o Vereador desempenha três
funções básicas: ele é legislador e, como tal, ele avalia, examina, discute
leis de origem do Executivo, leis de sua autoria e de seus colegas Vereadores.
De outro lado, o Vereador também é fiscal de atos do Poder Executivo.
Outro
dia vim aqui e denunciei, da tribuna desta Casa, o aumento de capital da
Empresa Porto-Alegrense de Turismo, que se acha desativada. Até hoje não obtive
resposta, Vereadora-Presidente, nem da Liderança do Partido dos Trabalhadores,
nem aos pedidos oficiais que já formalizei. Se uma empresa está desativada,
como é que ela aumenta seu capital? Ela está desenvolvendo suas atividades? Se
ela está paralisada, a única coisa que a mim, que tenho origem na atividade
jurídica, me causou estranheza, pois como Vereador eu sou um elaborador de
leis, e discuto as leis que o Executivo manda para cá; também fiscalizo os atos
do Poder Executivo e faço as relações da comunidade com a Casa e com as demais
autoridades.
Hoje
mesmo, pela manhã, neste plenário não haveria atividade. Eu usei este plenário
para fazer uma homenagem ao 9º Batalhão da Polícia Militar, por ocasião do seu
49º aniversário. Não houve prejuízo nenhum das atividades normais, e nós aqui
fizemos uma reflexão sobre o papel da Segurança Pública. Cobramos do 9º
Batalhão, criticamente, num ato solene, mais apoio da Brigada Militar, e
sabemos por que não existe esse apoio. Infelizmente, o Estado do Rio Grande do
Sul passa por uma enorme dificuldade econômico-financeira, e nós não
conseguimos colocar mais brigadianos na rua. E nós, como Vereadores, cobramos
essa ação e realizamos isso num ato solene, hoje pela manhã, quando não havia
Sessão Plenária.
E
mais, eu sou - e me orgulho dessa condição - o Presidente da mais importante
Comissão Especial desta Casa, composta por 17 Vereadores e que tem por objetivo
avaliar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da cidade de
Porto Alegre. Avaliando esse Plano Diretor, essa Comissão Especial já prolatou
mais de duas dezenas de pareceres. Essa Comissão Especial tem discutido aqui um
dos assuntos mais relevantes, com posições a favor e contra, e estamos buscando
caminhos para harmonizar a sociedade porto-alegrense; refiro-me à questão das
alturas das edificações, à questão das obras dos prédios de interesse cultural
para a cidade de Porto Alegre. Estamos discutindo a legalidade do Decreto do
Poder Executivo, Ver. Wilton Araújo, debatendo o Projeto de Decreto
Legislativo, que já foi aprovado na Comissão Especial do Plano Diretor, que eu
presido, que trata de quê? Da anulação do Decreto do Executivo, ilegal,
arbitrário, violento e que está na Ordem do Dia. E vou dizer mais, quero
requerer, Ver. Wilton Araújo, que, nesta quarta-feira, nós coloquemos em
votação, prioritariamente, o Decreto Legislativo de anulação do Decreto do
Executivo. Tenho certeza de que vou contar, inclusive com o apoio do Ver. Beto
Moesch - que já acena que sim -, para votar. Ele pode votar até contra o
Decreto, mas ele não vai votar, tenho certeza, a favor do Decreto ilegal do PT.
Encerro,
Srª Presidente, agradecendo pela tolerância e pela boa vontade de Vossa
Excelência. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. WILTON ARAÚJO: Exma Srª Presidenta desta
Câmara Municipal, Verª Margarete Moraes, o que traz o PPS à tribuna desta
Câmara, nesta tarde de hoje, não é a polêmica da concessão de títulos de
denominação de rua, porque eu acho que ela é, na verdade, uma falsa polêmica. O
que nos traz aqui, hoje, primeiro, é marcar o dia 31 de agosto, que transcorre
amanhã, o Dia do Nutricionista, e dar uma sugestão ao Sr. Prefeito Municipal. A
sugestão é a seguinte: foi aprovada por esta Casa e já sancionada – Lei,
portanto – a questão da tabela de nutrientes e, também, da obrigatoriedade de
ter-se a supervisão de um nutricionista nas redes de fast-food desta Cidade, para que as pessoas se orientem melhor -
sabemos que a questão da obesidade é uma endemia não só nacional, mas mundial,
na verdade - e tenham, pelo menos, a informação, a visão de que devam ou não
comer tal ou qual lanche rápido, sendo ele de maior ou menor valor calórico, e
aí vai ser da escolha das pessoas. Isso já é lei, há bastante tempo, na cidade
de Porto Alegre, mas o Prefeito Municipal ainda não a regulamentou. Já é a
terceira oportunidade em que eu uso a tribuna para pedir que o Decreto seja
editado e assinado, para que os detalhes dessa lei importante possam vigorar na
cidade de Porto Alegre. E a sugestão é: já que amanhã é o Dia Nacional do
Nutricionista, por que o Prefeito não une a assinatura desse Decreto, que já
deve estar pronto, evidentemente, pois já se passaram 60 dias da edição da lei,
para editá-lo e normatizá-lo?
Portanto,
a nossa passagem na tribuna, no dia de hoje, é para exigir, para sugerir que o
Prefeito edite o Decreto, regulamentando a lei, dando, assim, normas às redes
de lanches rápidos na cidade de Porto Alegre. E essa lei, vocês sabem,
determina que se tenha a tabela de calorias dos lanches, de forma publicizada,
dentro da loja de fast-food e também
nas embalagens dos lanches. E, mais do que isso, determina que seja
supervisionada, por um nutricionista, a confecção dos lanches nessas redes de fast-food.
Sem
o Decreto, Sr. Prefeito, fica inviável a aplicação e, principalmente, a
fiscalização da execução dessa lei. Uma vez que a lei já está editada há
bastante tempo, há que se ter o Decreto, e, aí sim, a Secretaria Municipal da
Indústria e Comércio provavelmente será quem irá fiscalizar o cumprimento dessa
lei.
Fica, portanto, a
lembrança, aqui desta tribuna, por parte do autor dessa lei, que amanhã seria o
dia ideal, uma vez que é o Dia do Nutricionista, para que se pudesse editar,
assinar o Decreto, quem sabe numa grande festa, juntamente com as entidades que
os nutricionistas mantêm, como o Conselho Regional, o Sindicato, a Associação -
que são todos muito organizados -, os quais poderiam aplaudir o Sr. Prefeito no
dia de amanhã, no dia 31 de agosto, o Dia do Nutricionista. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Lembramos que amanhã, terça-feira, às 10
horas da manhã, iniciam-se as comemorações do aniversário da Câmara Municipal
de Porto Alegre.
Visivelmente
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h18min.)
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